Correio Braziliense, n. 21431, 19/11/2021. Política, p. 3

Brasília DF: pega a senha, por favor

Denise Rothenburg


Seja qual for o resultado da prévia do PSDB deste domingo, o vencedor terá de entrar na fila para ingressar no “jogo da terceira via”, como é chamada a busca por uma candidatura alternativa capaz de quebrar a polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro. Ali, já estão, por ordem de chegada, Ciro Gomes (PDT); o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e Sergio Moro (Podemos). Há, ainda, o senador Alessandro Vieira e a senadora Simone Tebet, do MDB, que devem começar a caminhar.

O PSDB, hoje dividido e tenso, terá que, primeiramente, organizar o partido pós-prévia, para, em seguida, sentar-se à mesa com os demais. Ou seja, chegará atrasado. Hoje, tanto o PSD quanto o Podemos já têm a casa praticamente arrumada em torno de suas apostas. O PDT de Ciro deu uma estremecida depois da votação da PEC dos Precatórios, mas, agora, tenta retomar as conversas. Quanto ao PSDB, a unidade está difícil. “O PSDB só vai definir a sua cara e seu caminho com as prévias de domingo, e chegaremos a tempo de entrar no jogo”, diz o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), que aposta suas fichas no governador João Doria e no lema “João trabalhador”.

Flávia Arruda ao Senado...

A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, já tem um acordo alinhavado com o governador do DF, Ibaneis Rocha, para ser candidata ao Senado na coligação que lançará Ibaneis à reeleição. O secretário de Ciência e Tecnologia do DF, Gilvan Máximo, do Republicanos, contou à coluna que esse martelo foi batido recentemente, numa reunião na casa do governador. Nada será anunciado oficialmente agora. Isso porque ainda está cedo e, se houver algum percalço no caminho, não soará como um recuo.

...e presidentes múltiplos

A tendência de Ibaneis hoje, aliás, é cuidar da própria campanha à reeleição, deixando a sucessão presidencial em segundo plano. Afinal, é do MDB, que tem a senadora Simone Tebet como pré-candidata. E deve ter o apoio do Republicanos, do PP e do PL, que seguirão com Bolsonaro.  

É geral

Nas rodas de conversas de parlamentares, a maioria diz que vai cuidar é da própria vida, sem muita atenção à disputa presidencial. Aliás, há quem diga que candidato a presidente só será citado e lembrado se ajudar a alavancar campanhas locais. Caso contrário, esquece.

Fatiar ajuda, mas atrapalha

Embora o relator da PEC dos Precatórios tenha todo o cuidado para não bater o martelo desde já sobre fatiar a proposta, a ideia é essa. Assim, o governo garante os recursos para o pagamento dos R$ 400 do Auxílio Brasil e deixa o resto para discussão futura. Só tem um probleminha: o receio de que os recursos para as emendas terminem parados na parte da PEC que ficar para depois.

Curtidas

Empata o jogo ambiental aí, tá ok?/ A data escolhida pelo governo para anunciar força e foco contra o desmatamento ilegal, esta semana, veio sob encomenda para fazer frente aos dados de aumento da área desmatada apresentados pelo Inpe. Aliás, os dados são de 27 de outubro, mas o governo preferiu esperar o fim da reunião do clima e, de quebra, juntar com o anúncio de ações justamente para reduzir o impacto da notícia negativa.

E o Enem, hein?/ Ainda que o exame tenha sido mantido sem alterações de datas, as provas prometem gerar ainda muita polêmica. No Congresso, alguns assessores já fizeram chegar aos senadores que, a depender dos resultados, o exame vai provocar uma avalanche de ações judiciais, em busca de novas provas. A conferir.

Decepcionado/ Do alto de quem tem quase meio século de mandatos parlamentares, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) não esconde mais a sua insatisfação com Geraldo Alckmin. “Era o momento de o Geraldo ajudar o partido a buscar um consenso e ser candidato ao Senado. Afinal, o PSDB sempre o ajudou”, diz o tucano.

Enquanto isso, no Sudão.../ Dia desses, a internet foi cortada em todo o Sudão entre o meio-dia e a meia-noite. (...) 

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