Título: Senado e Câmara homenageiam Brasília
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Fonte: Jornal do Brasil, 21/04/2005, Brasília, p. D1

Obras, pioneiros e crises atuais são lembrados nos discursos

Brasília foi homenageada ontem em sessões solenes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Deputados federais e distritais, senadores e lideranças do DF e de Goiás, juntamente com o governador Joaquim Roriz e pioneiros da cidade lembraram os 45 anos de Brasília, celebrados hoje. Na Câmara, o plenário lotado, principalmente de partidários do governo distrital se manifestou a cada discurso. Um dos mais aplaudidos foi o deputado José Roberto Arruda (PFL-DF), que, por quase 20 minutos, desfiou elogios ao governador Roriz. Arruda lembrou obras do governo, como duplicações de avenidas e viadutos e comparou Roriz à Juscelino Kubitschek.

- Quando obras como a Usina de Corumbá 4 estiverem concluídas, talvez o Brasil inteiro entenda que renasceu na Capital do País o mesmo espírito de trabalho, no herdeiro de JK, governador Roriz - afirmou.

Apesar de não estar no protocolo, Roriz resolveu discursar, em agradecimento aos elogios de Arruda.

- Em meus 35 anos de vida pública não me recordo de ter vivido um dia mais emocionante do que este - afirmou.

Muito vaiada, a deputada Maninha (PT-DF) lembrou os problemas na segurança pública e na saúde da cidade.

- O dia é de falar de coisas bonitas, mas não podemos esquecer, jogar para debaixo do tapete o que a capital federal está vivendo neste momento, como a CPI da Saúde, que investiga um ex-secretário acusado de desviar recursos.

Senado - O senador Paulo Octávio (PFL-DF) dedicou a sessão solene aos operários candangos que construíram Brasília.

- Naqueles tempos heróicos, mostramos que somos competentes. Cada um em sua profissão fez a sua parte, sob a inspiração e o comando do presidente Juscelino - afirmou.

O senador entregou placas comemorativas do 45º aniversário de Brasília ao governador Joaquim Roriz, e ao primeiro brasiliense, Brasiliano Pereira da Silva, afilhado de JK que nasceu às 8h30 do dia 21 de abril de 1960.

Assim como a deputada Maninha, na Câmara, o senador Cristovam Buarque foi vaiado ao apontar problemas da cidade, como a desorganizada ocupação territorial e o mau funcionamento da saúde pública.

Em entrevista ao JB, o senador disse que a cidade se distanciou do sonho original de JK, se transformando em um local de grandes diferenças sociais.

- Se Juscelino estivesse vivo, ele investiria em educação. Faria novas escolas, pagaria bem os professores, investiria em livros - afirmou.