O Estado de S. Paulo, n. 46577, 26/04/2021. Metrópole, p. A13

Covid já matou neste ano mais do que em 2020



Com a explosão de infecções e o colapso do sistema de saúde nas últimas semanas, o novo coronavírus já fez mais vítimas no Brasil em 2021 do que em todo o ano passado. De janeiro até ontem, foram 195.949 mortes, ante 194.976 em 2020. No total, País tem 390.925 óbitos – o segundo com mais perdas. Nos últimos dias houve redução na média de mortos pela covid, mantida em 2,5 mil registros.

Com a explosão de infecções e o colapso dos hospitais, o coronavírus já fez mais vítimas no Brasil em 2021 do que em todo o ano passado. De janeiro até ontem, foram 195.949 mortes pela doença, ante 194.976 em 2020. No total, são 390.925 óbitos – o segundo país com mais perdas.

O Brasil registrou na última semana ligeira redução na média de mortos pela covid, mas ainda em patamar alto, perto de 2,5 mil registros. Redes de saúde em várias regiões têm sofrido com mortes de pacientes na fila por leitos, falta de remédios do kit intubação e irregularidade no abastecimento de oxigênio. Especialistas temem que o recente afrouxamento de restrições estenda o período agudo da crise sanitária e imponha nova pressão sobre os hospitais.

São Paulo, Rio e Belo Horizonte são algumas regiões que relaxaram medidas. Já o presidente Jair Bolsonaro disse sexta que as Forças Armadas podem ir às ruas para acabar com "essa covardia de toque de recolher".

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou anteontem em queda de casos, recomendou máscaras, mas evitou defender o lockdown. "Temos assistido nos últimos dias a uma tendência de redução de pacientes com covid, como consequência, a diminuição na pressão do sistema de saúde, o que consequentemente nos dá diminuição de pressão de insumos, como kit intubação e oxigênio."

No Orçamento, o Ministério da Economia limitou verbas para vacinas, kit intubação e leitos pedidas pela Saúde, como mostrou o Estadão. A pasta de Paulo Guedes questionou sobre "arrefecimento da crise" - cientistas não veem queda consistente de casos.

Anvisa decide hoje sobre Sputnik. A Anvisa se reúne hoje para decidir se libera a importação da vacina Sputnik V. A Agência alegou à Justiça semana passada falta de dados sobre a segurança e a eficácia do produto para autorizar a compra. A ação foi movida pelo governo do Maranhão.