Título: Mercado prevê nova alta de juros
Autor: Samantha Lima e Janaína Leite
Fonte: Jornal do Brasil, 15/10/2004, Economia & Negócios, p. A-19
O reajuste dos combustíveis não deverá influenciar o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana, avaliam especialistas. As apostas são de um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, para 16,5% ao ano, mais pela necessidade de desaquecer a forte demanda identificada na divulgação de índices da produção industrial esta semana. No mercado, a alta gradual da gasolina foi alvo de críticas.
- Apesar dos efeitos políticos de um aumento, ignorar a necessidade de ajuste dos preços prejudica a imagem da Petrobras diante dos investidores. Sem falar que a empresa é grande contribuidora na formação do superávit primário e um resultado ruim tem reflexos nas contas do país - diz Bernardo de Sá Motta, do Banco Máxima.
Para Oswaldo Telles Filho, economista do Banif Investment Banking, a alta gradual foi uma espécie de cala-boca.
- Foi melhor do que não ter aumento algum - avalia.
Já o economista-chefe do Unibanco, Marcelo Salomon, alertou que o barril de petróleo pode passar da barreira dos US$ 70 e ficar nesse patamar por período indeterminado.
- Aí é previsível que o governo terá de agir para conter a saída de câmbio. Mas isso não preocupa, pois o PT já mostrou ser pragmático. Na hora em que a coisa apertar, a equipe econômica ajusta a taxa de juros.