Título: Greve dos bancários é suspensa
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 15/10/2004, Economia & Negócios, p. A-20
Agências voltam ao funcionamento até a próxima quarta-feira, quando recomeçam as negociações
A greve nacional dos bancários foi suspensa ontem em 18 capitais do país. O retorno ao trabalho deve ocorrer hoje em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, entre outras, de acordo com a Confederação Nacional dos Bancários da CUT.
Depois de aprovado em assembléias, a greve dos bancários - que completou 30 dias ontem - será suspensa até a quarta-feira da próxima semana, quando a categoria realiza uma nova assembléia para definir o rumo do movimento.
A expectativa dos bancários é negociar até lá um acordo com Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O objetivo é retomar a negociação e evitar o julgamento da greve no Tribunal Superior do Trabalho (TST), marcado para a quinta-feira da próxima semana.
- Será difícil retomar a negociação se o retorno ao trabalho não for em nível nacional. Ou suspende a greve ou não suspende. Não dá para negociar com uma greve parcial - disse o coordenador de negociações trabalhistas da Fenaban, Magnus Apostólico.
A sugestão de encerrar a paralisação foi tomada na última quarta-feira pela Executiva Nacional dos Bancários, que se reuniu após as audiências de conciliação no TST. Como não houve acordo, o TST marcou para o dia 21 o julgamento da greve no Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
- Entendemos que a solução negociada é sempre melhor que o julgamento. Se não houver negociação até lá, poderemos decidir pelo retorno à greve a partir do dia 21 - disse Marcel Barros, negociador dos funcionários do BB e integrante da Executiva,
A Fenaban ofereceu para os bancários um reajuste de 8,5% e abono de R$ 30 para quem ganha até R$ 1.500. Os bancários - que inicialmente pediam 25% de aumento - reivindicam 19%.
Além do índice de reposição, as duas partes precisam chegar a um acordo sobre o pagamento dos dias parados. Uma das possibilidades é dividir o pagamento em três partes. Uma parte seria descontada dos salários. Outra seria anistiada. A terceira parte seria compensada por meio de horas extras.
Apostólico, disse, no entanto, que essa proposta foi apresentada apenas pelo Banco do Brasil.
- Como outros bancos não se manifestaram, o assunto ainda precisa ser discutido - disse.
Segundo ele, as partes precisam negociar uma proposta válida para todos os bancos. Para os grevistas, o mais importante é negociar a forma menos onerosa de pagamento dos dias parados.
- Queremos negociar o pagamento dos dias parados - Edson Carneiro, disse o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo.