O Estado de S. Paulo, n. 46642, 30/06/2021. Política, p. A4

Comissão tem apoio para seguir, mas Pacheco resiste

Daniel Weterman
Amanda Pupo
Anne Warth


O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), resiste a prorrogar de imediato por mais três meses a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Pacheco avalia consultar os líderes de partidos na Casa para decidir sobre o adiamento do fim da CPI, que investiga ações e omissões do governo do presidente Jair Bolsonaro na pandemia do coronavírus.

Senadores que defendem a continuidade da comissão não descartam um novo apelo para que o Supremo Tribunal Federal (STF) obrigue o Senado a prorrogar a CPI, caso Pacheco cause dificuldades. “Essa análise deve ser feita ao final do prazo de 90 dias da Comissão Parlamentar de Inquérito. E, por certo, será feita nessa ocasião”, disse Pacheco ontem, durante a sessão plenária. Até ontem, o pedido tinha 34 das 27 assinaturas necessárias pela prorrogação.

Na segunda-feira, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-ap), apresentou um requerimento solicitando que os trabalhos da CPI continuem por três meses. Se não houver recesso, cenário mais provável, a comissão acaba em 26 de julho.

O pedido ocorre no momento em que a CPI segue uma nova linha de investigação, que apura uma suspeita de corrupção para a compra de vacinas, incluindo a Covaxin. Segundo o deputado Luis Miranda (DEMDF) e o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Fernandes Miranda, Bolsonaro foi alertado sobre problemas no contrato. “Já estão coletadas todas as assinaturas para a prorrogação dos nossos trabalhos. Já adentramos em uma nova fase da investigação”, disse o relator, Renan Calheiros (MDBAL).