Título: Juros na pauta da entrevista
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 29/04/2005, País, p. A3

Juros na pauta da entrevista

A questão dos juros está sendo encarada por assessores de Luiz Inácio Lula da Silva como um dos assuntos espinhosos a serem enfrentados hoje pelo presidente na primeira entrevista coletiva oficial, no Palácio do Planalto. Outra questão delicada são as denúncias de desvio de verba pública contra o ministro da Previdência, Romero Jucá, que passou ontem duas horas na Granja do Torto . O Planalto anunciou no início da noite que serão proibidas eventuais réplicas dos jornalistas, mas o presidente poderá fazer esclarecimentos em caso de dúvida. Marcada para as 10h30, a entrevista terá 14 perguntas ¿ nove dos veículos que fazem a cobertura jornalística diária do presidente e cinco de outros meios de comunicação. A presença de Jucá na atual residência oficial da Presidência não estava prevista na agenda oficial de Lula. Na reunião com o ministro, também estiveram presentes José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação de Governo).

O publicitário Duda Mendonça também está ajudando Lula. Ele é homem de confiança na área de comunicação.

Jucá esteve reunido com Lula para responder a um dos tópicos da ¿agenda negativa¿ preparada por auxiliares. Foram feitas a Jucá virtuais perguntas que Lula terá de responder hoje a respeito das acusações contra o ministro do PMDB. Lula passou o dia de ontem reunido com assessores e ministros mais próximos, numa sabatina. Os tópicos de ¿agenda negativa¿ foram acusações de desvio de verbas contra Jucá, a recente declaração presidencial de que o brasileiro, comodista, não levanta ¿o traseiro¿ para tomar atitude contra os juros recordistas do país, as acusações da oposição de aumento de gastos, excesso de impostos e mau gerenciamento na área social.

Entraram ainda na ¿agenda negativa¿ possibilidades de perguntas sobre a antecipação do debate com a oposição a respeito das eleições de 2006, a política externa (aumento da tensão entre Venezuela e EUA), e os seguidos percalços na articulação política no Congresso.

Com Folhapress