Título: Palocci defende política monetária
Autor: Luciana Otoni
Fonte: Jornal do Brasil, 29/04/2005, Economia & Negócios, p. A21
Marcos Lisboa deixa Secretaria da Fazenda
A política de elevação dos juros para o controle da inflação não será alterada, ainda que se mantenham acirradas as críticas ao Banco Central. Ao anunciar ontem mudanças no Ministério da Fazenda e no BC, o ministro Antonio Palocci defendeu a política monetária, disse que o recuo da inflação justifica as altas na taxa básica (Selic) e enfatizou que o governo está convencido da eficácia das decisões do Comitê de Política Monetária. O ministro afirmou também que não há hipótese de o presidente do BC, Henrique Meirelles, acusado de sonegação fiscal, ser destituído. Palocci mandou recado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
- Tenho total confiança na Justiça brasileira e tenho certeza que o STF dará o encaminhamento adequado a um assunto como esse, que deve ser visto com serenidade, seriedade e deve ser conduzido de maneira extremamente cuidadosa porque se trata de uma autoridade importante e de um setor sensível da área econômica - disse.
Numa semana politicamente sensível, em que subiu o tom das críticas ao BC, inclusive do vice-presidente José Alencar, Palocci aproveitou o anúncio de mudanças na equipe para ressaltar que o controle da inflação continua a ser prioridade.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa, deixará o cargo por motivos familiares e será substituído pelo atual secretário-executivo da pasta, Bernard Appy. A secretaria-executiva passa a ser ocupada por Murilo Portugal Filho, diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI). Portugal ocupou cargos relevantes na equipe dos ex-presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.
Para a vaga aberta por Portugal na diretoria do FMI foi conduzido o atual diretor de Estudos Especiais do Banco Central, Eduardo Loyo. Com a saída de Loyo do BC, Palocci indicou o nome de Alexandre Tombini, ex-chefe de pesquisa do banco.