Título: Corretores e bancários, as vítimas do estresse
Autor: Soraia Costa
Fonte: Jornal do Brasil, 02/05/2005, Brasília, p. D1

De acordo com a pesquisa da UnB, a extração de petróleo foi a campeã de afastamentos, com cinco vezes mais casos do que a média de benefícios pagos pelo INSS. A corretagem de imóveis e o transporte aéreo vêm em seguida, com 2,5 vezes mais casos. Os funcionários dos Correios e Limpeza Urbana também aparecem na lista dos mais atingidos por doenças mentais. Entre eles a ocorrência é 1,5 vez maior que a média total de benefícios. Os bancos e instituições financeiras são os que mais relacionam as doenças mentais como decorrência do trabalho. Na maior parte das categorias profissionais, esse tipo de doença é atribuída a motivos pessoais, alheios ao trabalho.

Na pesquisa, a professora Anadergh Barbosa separou uma série de fatores ocupacionais relacionados às doenças mentais. Entre os fatores subjetivos estão o medo, no caso de trabalhos perigosos, a pressão temporal, o isolamento social e as atividades desprestigiadas pela sociedade. O assédio moral e sexual, a falta de autonomia e controle do resultado do trabalho, a insatisfação com o trabalho e as relações desfavoráveis estão entre as causas de problemas mentais relacionados à profissão.

É por isso que a ocorrência de doenças mentais varia de acordo com as atividades profissionais. Na corretagem de imóveis existe a insegurança. O profissional lida com tensões e frustrações.

No caso do transporte aéreo, além de ser atividade perigosa e de isolamento familiar, os funcionários lidam com um público exigente e que também está estressado.