Título: Novo B. Novo JB
Autor: Nelson. S. Tanure
Fonte: Jornal do Brasil, 01/05/2005, País, p. A5

Com a edição de hoje, do alto de seus 115 anos de história, os leitores deste Jornal do Brasil recebem um diário diferente. Novo. Melhor. No contexto da revitalização do Rio de Janeiro, da vocação deste centro urbano como ponta-de-lança da formação de opinião, na política e na economia, na metrópole e na cultura, novas ondas chegarão a todo o País.

Estamos realizando um grande investimento em conteúdo. Não podia ser diferente. Como jornal que é a cara desta cidade, deste Estado, deste Brasil, o JB tem uma missão a cumprir.

Criamos uma ¿Unidade B¿ de conteúdo. Ziraldo, Aldir Blanc, Marina Colassanti, Mauro Santayana, Fausto Wolff, Fernando de Castro, Antônio Torres, Michel Melamed, Maria Lucia Dahl, Reynaldo Jardim, Luis Pimentel, Silvio Lach, Tomaz Câmara, Sergio Rodrigues, Ivo Barroso, Vitor Paiva, Léo Montenegro, João Luiz Albuquerque.

Promovemos portanto a aterrissagem de uma equipe que se soma a nossos colunistas, repórteres, chargistas. Ajudarão, assim, a construir um novo Jornal. Verdadeira seleção de craques. Vigoroso enriquecimento editorial.

Trata-se de empreender significativo esforço para redimensionar o hábito de ler jornal no Brasil.

Sempre destacado pela análise, a reflexão, a vanguarda mesmo de muitas manifestações intelectuais, artísticas e culturais ¿ cabe ao JB pensar e ¿estetizar¿ o País.

Este movimento traz portanto nomes que já compuseram a constelação do JB no passado. Comporta também, em seu quadrante, novos talentos.

Diariamente, vamos redefinir, nas páginas do Caderno B, a posição do Rio de Janeiro e o lugar que ocupa no panorama das idéias, da cultura, da alegria, do humor.

No entanto, essa equipe produzirá material também para outras seções do jornal, como a revista Programa, referência obrigatória para a arte e entretenimento do carioca e de todos os que visitam o Rio de Janeiro, em linha com suas similares de melhor qualidade no mundo todo. Também o suplemento Idéias passa por uma reformulação a partir do próximo sábado.

Apesar de muitos destes nomes fazerem parte da história do JB ¿ e do jornalismo ¿ esta não é uma volta ao passado. Nossa dinâmica se orienta para o futuro. Para a qualidade que este leitor do século XXI ¿ tão cheio de opções e alternativas ¿ está sempre a exigir.

Soma-se a esta iniciativa nossa Casa Brasil. Construída há mais de 3 séculos e sediada na tradicional Casa do Bispo, faremos desse marco arquitetônico da cidade do Rio de Janeiro um conceito. Centro de ebulição de idéias e projetos culturais e também no campo das ciências sociais.

Trabalharemos para abrilhantar o prazer diário de ler um jornal de qualidade. Retomar também, com as lições do passado e do presente, o estímulo ao hábito da leitura; de formar os futuros leitores do Brasil. De fomentar a capacidade crítica de pensar.

O Jornal do Brasil não quer ser necessariamente o maior diário do País ¿ aquele que ambiciona medir sua grandeza nos critérios frios de tiragem e circulação. Sabemos dos efeitos positivos e negativos ¿ e inevitáveis ¿ que os novos meios de comunicação trazem para uma atividade tão tradicional como a da produção de um jornal impresso diariamente.

Estamos nos adaptando. Com a força da tradição, inovando. O Rio ¿ e o Brasil ¿ amam o JB. Este amor é recíproco.

De uma tarefa não abrimos mão. Nosso rumo e compromisso. Com realismo na gestão e uma profunda paixão pelo Rio e pelo Brasil, fazer do nosso JB o melhor Jornal do Brasil.