Título: Exportação bate novo recorde
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Fonte: Jornal do Brasil, 03/05/2005, Economia & Negócios, p. A17

Vendas chegam a US$ 406 milhões por dia em abril

BRASÍLIA - O saldo de exportações e importações atingiu, em abril, US$ 3,876 bilhões, ou quase o dobro de igual mês de 2004, quando ficou em US$ 1,96 bilhão. No mês, as exportações brasileiras atingiram a cifra inédita de US$ 9,202 bilhões. A média diária das exportações atingiu a cifra recorde de US$ 460,1 milhões - 39,6% superior à de abril do ano passado.

O desempenho favorável está relacionado à valorização de alguns preços internacionais, como laminados planos (avanço de 78,8%), óleos combustíveis (66,9%), café (62,7%), açúcar (48,5%), semimanufaturados de ferro e aço (48,4%), petróleo (41,6%), minério de ferro (29,4%) e celulose (16,5%).

A performance deve continuar positiva nos próximos meses a partir do início dos embarques do complexo soja. O resultado do último mês elevou para US$ 33,653 bilhões as exportações acumuladas no ano, que apresentaram crescimento de 29,2% sobre igual período de 2004.

As importações dos primeiros quatro meses do ano somaram US$ 21,459 bilhões, com acréscimo de 19,6%. As operações, com altas taxas de expansão, proporcionaram um superávit comercial no primeiro quadrimestre recorde de US$ 12,194 bilhões, 50,7% acima do saldo obtido em igual período do ano passado.

- Com a ampliação, a partir deste mês, das exportações da safra, da soja em particular, de minérios e de produtos manufaturados é possível que a média diária cresça e não será surpresa que os US$ 460 milhões sejam ultrapassados e as exportações alcancem US$ 10 bilhões - avaliou Ivan Ramalho, secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Ainda que alguns setores mantenham as reclamações de perda de competitividade em função da queda do dólar, Ivan Ramalho disse acreditar que os embarques destinados ao exterior de produtos industrializados (categoria com maior influência do comportamento do câmbio) vão continuar em expansão.

- O impacto do câmbio não é o mesmo para todos. As empresas de calçados têm demonstrado preocupação maior porque são exemplos entre os setores de manufaturados que concorrem em mercados acirrados que não aceitam aumento de preços. Esses exportadores encontram dificuldades maiores - reconheceu Ramalho.

Luciana Otoni, com agências