Título: Troca-troca favorece PP
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Fonte: Jornal do Brasil, 04/05/2005, País, p. A2

Enquanto não decide seu rumo nas eleições de 2006, o PMDB sofre baixas no Senado. Segunda-feira, o senador Valmir Amaral (DF) informou ao líder do partido na Casa, Ney Suassuna (PB), de sua ida para o PP, que até o início do mês não contava com nenhum senador. Outros quatro desembarques podem ocorrer nos próximos dias. O senador Gerson Camata (ES) confirmou ao JB que também migrará para o PP.

Resta definir apenas a data. Ele será acompanhado por João Batista Motta (ES) e um outro senador cujo nome é mantido em sigilo, para não ser pressionado a ficar no PMDB. A idéia é pegar de surpresa a cúpula do partido. E evitar a repetição do que aconteceu com as senadoras Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Maria do Carmo Alves (PFL-SE), convencidas a permanecer nas legendas, por enquanto, após vazarem informações da possibilidade de filiação ao PP.

Segundo interlocutores do PMDB, o senador Mão Santa (PI) também pode sair. Se as baixas forem confirmadas, a bancada do partido - a maior do Senado - ficará com 18 parlamentares, apenas dois a mais do que a do PFL. Em março, o JB revelou negociações do PP para montar uma bancada no Senado. Na ocasião, citou entre os sondados Camata, Motta e Amaral, além de Lúcia Vânia e Maria do Carmo.

Camata deixará o PMDB por divergências com o presidente do diretório regional do Espírito Santo. Também não gostou de ser convidado a assinar uma nota de apoio ao ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB-RR), acusado de irregularidades com dinheiro público. Amaral usará o PP para concorrer ao governo do Distrito Federal. No PMDB, não teria chance de levar adiante o projeto.

De acordo com peemedebistas, Mão Santa sairia do partido para concorrer ao governo do Piauí. O PMDB tende a negar a sigla e a apoiar a reeleição de Wellington Dias. (D.P.)