Título: Irã defende projeto nuclear na ONU
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Fonte: Jornal do Brasil, 04/05/2005, Internacional, p. A11
De acordo com o ministro das relações exteriores, o enriquecimento de urânio será realizado apenas com fins pacíficos
NAÇÕES UNIDAS - O ministro das Relações Exteriores do Irã, Kamal Kharrazi, defendeu ontem que o programa de enriquecimento de urânio para fins pacíficos de seu país é legal, segundo o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
Em discurso na conferência de revisão do TNP, realizada na ONU, o ministro foi duro com os que apontam o Irã como uma ameaça. Ele rebateu as acusações alegando que o país faz parte do Tratado e está ''ansioso'' para dar garantias do uso pacífico de sua tecnologia nuclear.
Kharrazi também lembrou que algumas nações do Oriente Médio não assinaram o tratado, como Israel.
- É inaceitável que alguns países queiram limitar o acesso a esta tecnologia a um clube restrito de Estados desenvolvidos, com o pretexto da não-proliferação - afirmou o chanceler.
Segundo o ministro esses países ''são premiados com o acesso restritivo a materiais, equipamentos e tecnologias, enquanto que outros países assinantes do tratado sofrem amplas restrições'', acusou Kharrazi.
De acordo com Kharrazi, o próprio tratado, adotado há 35 anos, afirma o ''direito inalienável a desenvolver a pesquisa nuclear e a produzir energia atômica com fins pacíficos''.
As afirmações do chanceler iraniano ocorrem um dia depois de uma severa advertência da Alemanha, que afirmou que uma reativação das atividades de enriquecimento de urânio, por parte de Teerã, significaria o fim das negociações deste país com a União Européia sobre a questão.
O urânio enriquecido pode ser usado na produção energética e na fabricação de bombas nucleares.