Título: Aumenta o desemprego na Capital
Autor: Kelly Oliveira
Fonte: Jornal do Brasil, 04/05/2005, Brasília, p. D1

Taxa passa de 19,4% para 20,3% de fevereiro para março, mas mesmo assim 4,9 mil conseguem novos postos de trabalho

A taxa de desemprego no Distrito Federal passou de 19,4% em fevereiro para 20,3%, em março deste ano. O total de desempregados é de 241,3 mil trabalhadores. Apesar do aumento do desemprego, 4,9 mil conseguiram ingressar no mercado de trabalho, em março. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Dieese e da Secretaria de Trabalho do DF. Ela constatou ainda o crescimento da população economicamente ativa, formada por ocupados e desempregados. O acréscimo foi de 0,4%, o que leva o total para 1,186 milhão de trabalhadores.

O coordenador do PED/DF, Antônio Ibarra, afirma que o aumentou a procura por emprego no DF, em março:

- O desemprego nesses período do ano é sazonal. Muita gente tinha contrato temporário, saiu do emprego e continuou procurando emprego em março. O mercado ainda não está comportando a entrada de pessoal - afirma Ibarra.

Para o secretário de Trabalho do DF, Gim Argello, o aumento do desemprego em março não preocupa, por ser considera do sazonal. Argello afirma que a vinda de 704 novas empresas para o DF, em abril, acrescida de outros investimentos privados previstos para 2005, deve ajudar a cumprir a meta de gerar 100 mil empregos até abril de 2006.

Já a supervisora do escritório regional do Dieese/DF, Lilian Marques, afirma que as novas empresas estimulam uma maior busca por emprego, e com isso aumenta o índice de desemprego.

- Muita gente que já tinha desistido, volta a procurar trabalho - afirma Lilian.

Queda - Um dos setores que contribuiu para o resultado da PED, foi a construção civil, com uma redução 4,3% no emprego. O resultado desse segmento, segundo Ibarra, deve ser tratado com cautela, pois muitos trabalhadores do entorno vêm para Brasília sem serem incluídos na pesquisa do DF.

Em segundo lugar na queda de emprego está o comércio, com redução de 4%. Já ocupação do setor de serviços decresceu 1,6%.

Mesmo com o aumento do desemprego no comércio, o vendedor Flidman Vasconcelos conta que tem conseguido se manter no mercado de trabalho, por meio de indicação de amigos para vagas de emprego.

- Só fiquei desempregado um mês. Em setembro do ano passado, um amigo me indicou para essa vaga - afirma.

Para a gerente da loja onde Flidman trabalha, Alessandra Vieira de Oliveira, as principais características dos funcionários que se mantém no comércio, mesmo com as demissões de início do ano, são o qualidade no atendimento ao cliente e alto volume de vendas.

- Se o funcionário se sobressai a gente aproveita, mas a tendência é demitir os temporários - afirma a gerente.

Alta -A Indústria de Transformação aumentou em 9,2% as contratações. Outro setor com alta no nível de emprego está a administração, pública que cresceu 2,1%.