Título: O destino do voto anti-Blair
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Fonte: Jornal do Brasil, 05/05/2005, Internacional, p. A8
O Partido Liberal Democrata, terceira força política na Grã-Bretanha, espera que sua rejeição à guerra do Iraque represente uma conquista histórica nas eleições de hoje, meta que parece ser ameaçada apenas por uma possível grande abstenção.
Liderados pelo escocês Charles Kennedy, o Liberal Democrata promete ser a ''alternativa real'' aos trabalhistas, que ''perderam a confiança dos britânicos'', e aos conservadores, que não representam, de fato, uma mudança, dizem.
Vítimas, segundo Kennedy, de um sistema eleitoral ''perverso'', que favorece o bipartidarismo e os deixa quase sem possibilidade de chegar ao governo, o partido quer se aproveitar dos votos que o candidato à reeleição, Tony Blair, pode perder.
Após concentrar o início da campanha em temas domésticos, como impostos, saúde e educação, o partido guardou o Iraque para a reta final. A promessa é retirar os quase 10 mil militares britânicos enviados ao país a partir do fim do ano, quando expira o mandato da ONU.
Os liberais democratas se apresentam às urnas após uma legislatura na qual mostraram-se à esquerda dos próprios trabalhistas, rejeitando projetos como a detenção indefinida de suspeitos de terrorismo e apoiando a Constituição Européia.