Título: Texto aprovado libera terrenos particulares
Autor: Guilherme Queiroz
Fonte: Jornal do Brasil, 05/05/2005, Brasília, p. D8

Embora tenha instaurado um clima de poucas amizades entre o deputado Jorge Pinheiro (PL-DF) e segmentos do governo federal, o desfecho do caso Parque Nacional na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados conseguiu manter as esperanças para a Cidade Digital. Considerado o principal investidor do pólo, o Banco do Brasil recebeu bem a notícia da aprovação do projeto de lei e sinalizou que mantém a intenção de implantar seu segundo Centro de Tecnologia no DF. O BB é considerado o carro-chefe para atração de investimentos na Cidade Digital, onde devem aportar cerca de R$ 2 bilhões da iniciativa privada, gerando cerca de 20 mil empregos diretos. Apenas do banco, são esperados investimentos de R$ 700 milhões, mas o projeto precisa estar concluído até o fim do ano que vem, segundo legislação internacional. No mês passado, a instituição chegou a divulgar que, caso o projeto não fosse aprovado em maio, iria para São Paulo ou Paraná.

Segundo a assessoria do BB, a aprovação do projeto de lei na comissão aponta que ''a situação deve evoluir com tranqüilidade'' na Câmara. Ressaltou, no entanto, que caso não haja acordo nas próximas etapas ''o banco também está preparado para implantar o Centro de Tecnologia em São Paulo ou, em segundo hipótese, no Paraná''.

A aprovação do substitutivo de Pinheiro agradou ainda mais aos moradores de áreas que seriam incorporadas ao parque, segundo a proposta acordada entre o GDF e o Ibama. Proprietário da Chapada Imperial, próximo à Brazlândia, Marcelo Imperial comemorou o resultado da votação. Toda sua área, que é explorada para turismo ambiental seria incluída, segundo a proposta do governo local com o Ibama. Pelo substitutivo, ele concederá 2,5 mil hectares - cerca de metade da propriedade - para o parque O restante pretende transformar em reserva particular.

- Nós já provamos judicialmente várias vezes que nossa propriedade é legítima e temos sentenças que dizem que nossas terras são legais - rebateu Imperial.