Título: Brasil lembra participação na Segunda Guerra Mundial
Autor: Solange Bagdadi
Fonte: Jornal do Brasil, 09/05/2005, País, p. A2

Nos 60 anos da Força Expedicionária Brasileira, militares revêem seu papel no conflito

Há 60 anos, a Segunda Guerra Mundial terminava com o suicídio de Hitler e a rendição dos alemães. Enquanto os festejos pelo Dia da Vitória acontecem no mundo inteiro, os militares brasileiros revêem seu papel no conflito. Com seus 25 mil homens da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Europa, o país conquistou o Monte Castelo, na Itália, e ajudou na vitória sobre as forças do Eixo. Para refletir sobre esse momento histórico e comemorar a data, o Jornal do Brasil, com o apoio da Gazeta Mercantil, Forbes, Brasil International Gazeta e Eletrobrás, lança, hoje, um novo olhar ao evento, com a série de três conferências Olhares sobre 1945 - O Brasil e seus heróis, que depois do Rio, vai a Brasília e a Belo Horizonte. Ao fim, o conjunto de reportagens vai virar livro.

As novas gerações não podem sequer imaginar que a segurança de seus pais e avós estava ameaçada quando a Segunda Guerra Mundial foi deflagrada. O Brasil, que se mantinha neutro, começou a sofrer fortes pressões dos EUA para permitir que as forças norte-americanas usassem os portos, aeroportos e instalações aeronáuticas do Norte e Nordeste do país. A situação se agravou quando a frota mercante brasileira foi atingida na costa do país, resultando em 21 navios afundados. Esses acontecimentos provocaram a indignação da população, que foi para a rua exigir a declaração de guerra por parte do governo brasileiro. Não era mais possível ficar alheio. No dia 22 de agosto de 1942, foi declarado estado de guerra contra a Alemanha e Itália. Na época, lembra o general-de-divisão Otávio Pereira da Costa, oficial de informações do I Batalhão do 11º Regimento de Infantaria, o Brasil vivia um regime totalitário, chefiado por Getúlio Vargas:

- A guerra foi bastante auspiciosa na consolidação do poder para Vargas. No Brasil, havia 40 milhões de pessoas com problemas crônicos sanitários e educacionais, crescente mortalidade infantil e analfabetismo. A nação estava sem confiança. Havia simpatizantes do fascismo, como o próprio presidente, que era simpático a Mussolini - lembrou Costa, no primeiro seminário, que aconteceu no sábado, na sede da Federação do Comércio do Rio (Fecomércio).