Título: Saída é pressão social
Autor: Liliana Lavoratti
Fonte: Jornal do Brasil, 09/05/2005, País, p. A4

Está chegando ao fim a fase das grandes batalhas do governo com o Congresso. Daqui para frente, o Executivo passa a contar mais com a pressão da sociedade e o interesse dos próprios partidos para aprovar na Câmara e no Senado as reformas sindical e política e a conclusão da reforma tributária, pontos cruciais da agenda de prioridades do governo Lula na reta final do mandato. Essa é a avaliação do ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, um dos principais operadores da reconstrução da bancada governista.

- A Câmara e o Senado sempre tiveram autonomia. As duas Casas nunca deixaram de fazer alterações importantes nas propostas do governo, o que muda é o estilo de cada presidente - assegura.

Ele está convicto de que faz parte da ''disputa natural'' entre Executivo e oposição episódios provocados para tentar desgastar o governo. Caso da derrota na Câmara, na última quinta-feira, do candidato do governo para a vaga no Conselho de Justiça, e da rejeição de José Fantine para a direção da Agência Nacional de Petróleo.

A Coordenação Política vai continuar percorrendo seu caminho, assegura o ministro, que a cada crise no relacionamento com Congresso é alvo de boatos sobre sua demissão.

- Cada ministro enfrenta suas adversidade - desconversa. - Quem decide é sempre o presidente Lula - acrescenta, referindo-se ao seu principal apoio dentro do governo.

Sem se importar com as críticas, Aldo acredita que o sucesso do governo nessas votações vai depender muito mais da média da opinião dos congressistas do que propriamente da posição do presidente da Câmara e do Senado.

- A opinião dos dirigentes das Casas conta, mas conta muito mais o que pensam os líderes dos partidos, os parlamentares, pois foi assim que aprovamos matérias fundamentais para o Brasil.