Título: Revisão ainda é confusa para os moradores
Autor: Soraia Costa
Fonte: Jornal do Brasil, 08/05/2005, Brasília, p. D4

A participação da comunidade nas reuniões das Administrações Regionais está levantando diversas questões sobre o uso e ocupação do solo. O Lago Norte já elegeu seu Conselho Local de Planejamento e fez um diagnóstico com o levantamento dos problemas destacados pela comunidade. Apesar do comparecimento, os moradores estão se mostrando confusos sobre os propósitos da revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial e sobre as diferenças entre o PDOT e o PDL.

- Participar não é pedir para as pessoas darem opinião. A gente não sabe o que eles querem. Está tudo muito confuso e as pessoas estão em pânico com isso - afirma a arquiteta e urbanista Tânia Battella, acrescentando que o processo de participação popular como esta sendo feito é uma farsa.

Para o administrador de Brasília, Clayton Aguiar, a iniciativa do governo de dividir a responsabilidade da gestão do território com os moradores é positiva. Segundo ele, muitas pessoas tiveram dificuldade de entender como seria a participação, mesmo assim alguns temas polêmicos já foram abordados.

- Sempre que a comunidade se reúne para discutir sobre as necessidades da cidade é interessante. A tendência natural é jogar tudo nas costas do governo - afirma o administrador.

Entre as questões levantadas nas reuniões locais da Região Administrativa de Brasília estão a invasão de áreas públicas, a destinação dos lotes vazios que seriam usados por escolas, o problema dos Restaurantes Unidade de Vizinhança nas 208 e 211 Sul, a falta de estacionamentos e a necessidade de manutenção das áreas verdes.

Tanto no Lago Sul quanto no Lago Norte, a comunidade destacou a característica residencial das bairros e solicitou a proibição do comércio em residências e das residências em áreas comerciais. A administradora do Lago Sul, Natanry Osório, destaca que estas RAs têm grande influência na zona tombada e, por isso, deveriam formar um anel de proteção.