Título: Mulheres farão manifesto
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 09/05/2005, Brasíli, p. D6

Entidade realiza ato pelas mulheres dos países árabes

Enquanto chefes de estado árabes e sul-americanos discutem acordos comerciais e econômicos na Cúpula América do Sul - Países Árabes , integrantes do recém fundado Movimento de Solidariedade às Mulheres dos Países Árabes questionam o tratamento das mulheres naqueles países. São representantes de entidades civis de proteção à mulher e dos direitos humanos que aproveitarão a cúpula para se manifestar contra a opressão às mulheres árabes e pela liberdade de expressão e igualdade de direitos. - O objetivo é chamar a atenção da sociedade e dos governantes para a situação das mulheres desses países. Não queremos interferir em outras culturas, mas queremos que essas pessoas tenham o direito de escolher, por exemplo, se quer usar a burca ou não - explica a professora Ariadne Jaques, uma das coordenadoras.

Hoje, na cerimônia de abertura, no lado de fora do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, haverá protesto, reunindo cerca de 200 pessoas, do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, vestindo burcas e trajes típicos. Os organizadores do evento pretendem entregar um manifesto ao presidente Lula da Silva com reivindicações.

O documento pede o estabelecimento de igualdade de diretos políticos para a mulher, a eliminação dos casamentos forçados, a proibição da imposição de qualquer vestimenta específica para mulheres e o fim da tolerância para com a opressão contra mulheres.

O Movimento de Solidariedade às Mulheres dos Países Árabes será oficialmente lançado durante a realização da cúpula. Fundado por pessoas ligadas à entidades de defesa dos direitos da mulher, o movimento tem o apoio da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, a Academia Brasileira de Filosofia, o Instituto Noos e a Sociedade Brasileira de Vitimologia apoiam o Movimento de Solidariedade às Mulheres dos Países Árabes.

- Não basta apenas firmar acordos econômicos, é necessário que esses acordos sejam vinculados a avanços sociais. Os países sul-americanos não podem fechar os olhos à situação da mulher árabe - afirma Ariadne.