Título: Furlan planeja aumentar negócios com árabes em 50%
Autor: Renata Moraes
Fonte: Jornal do Brasil, 10/05/2005, País, p. A2

Ministro diz que país tem potencial de incrementar comércio de US 8 bi para US 15 bilhões

Aumentar os negócios com o mundo árabe em pelo menos 50% em dois anos. A expectativa é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan que, ontem, abriu oficialmente a Feira de Investimentos, que acontece até quarta-feira paralela à Cúpula América Latina-Países Árabes. Segundo Furlan, o Brasil tem potencial para aumentar a corrente de comércio anual com os 22 países árabes que hoje é de US 8,2 bilhões para US 15 bilhões. - Basta mobilizarmos os setores empresariais de ambos os lados e estreitarmos o conhecimento cultural, econômico e financeiro entre os países. O Brasil é um país que já absorve a cultura árabe e que nos últimos dois anos, deu a prova de que pode fazer bons negócios com o mundo árabe - afirmou.

As palavras do ministro foram apoiadas no crescimento do comércio bilateral no ano passado, cujo volume de negociações (exportação e importações) que era de US 4 bilhões em 2003, passou para os US 8,2 bilhões. Furlan creditou a possível ampliação de negócios na atitude que os países árabes têm tomado nos últimos anos, como os acordos de cooperação econômica com outros países.

A todo tempo exemplificando os investimentos brasileiros naquela região, o ministro enfatizou o setor de turismo e confirmou que o ministro Walfrido Mares Guia terá um encontro com empresários para tentar incrementar o turismo árabe no Brasil. O secretário-executivo do Ministério de Desenvolvimento, Márcio Fortes, informou que para facilitar essa parceria, até dezembro, o Brasil deve incluir o trecho São Paulo-Emirados Árabes na rota de vôo internacionais. Informou ainda que quinta-feira dois novos encontros de empresários brasileiros e árabes devem acontecer: um em São Paulo e outro no Rio.

O presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Antonio Sarkis, também se mostrou confiante em bons negócios pós-encontro. Disse, no entanto, que prever resultados econômicos para antes dos próximos cinco anos é ''complicado''. Para Sarkis, está claro que os árabes têm interesse em atrair investimentos brasileiros, principalmente na área de infra-estrutura e aeroportos.

- Também querem investir na importação de máquinas, como tratores e equipamentos agrícolas, ônibus e equipamentos cirúrgicos. Estamos falando de um mercado que importa US 240 bilhões por ano - afirmou.

Representante do Conselho Econômico e Social da Liga Árabe, Hacheni Djaaboub, disse que o aumento do comércio entre as duas regiões está condicionado ao fim das barreiras de entrada e saída de investimentos nos dois sentidos. Segundo ele, já houve algumas melhoras, que inclusive puderam ser sentidas com o crescimento das negociações nos últimos dois anos. No entanto, segundo ele, é preciso abrir mais a economia dos países para atrair novos investimentos.