Título: Segurança barrada no aeroporto
Autor: Luiz Orlando Carneiro
Fonte: Jornal do Brasil, 10/05/2005, País, p. A3
A chegada ontem do presidente do Iraque, Jalal Talabani, mereceu um esquema de segurança raramente visto na capital Isso não impediu, contudo, que imprevistos e confusão marcassem seu primeiro dia no país. Primeiro, a segurança de Talabani foi barrada no aeroporto. Depois, ele trocou de hotel porque achou as acomodações desconfortáveis.
Logo pela manhã, a comitiva de segurança pessoal de Talabani foi barrada no Aeroporto Internacional Juscelino Kubistchek. Motivo: estavam sem autorização para porte de arma. Eram quatro pistolas 9 mm, tipo Glock de fabricação austríaca, apreendidas pela Polícia Federal sob o argumento de que os ''iraquianos não se preocuparam'' em pedir o porte.
No jargão da Aeronáutica, a chegada do avião de Talabani era uma ''situação de atenção crítica''. Por isso, meia hora antes da aterrissagem, dois helicópteros Esquilo e dois Super Puma monitoraram o espaço aéreo. Três aviões Tucano da Força Aérea Brasileira, vindos especialmente do regimento de vigilância de fronteira de Campo Grande, completaram a operação. Equipados com metralhadoras, tinham ordens de interceptar aviões que violassem a área de exclusão.
No meio da tarde, insatisfeito com o hotel que a organização da cúpula lhe havia oferecido, Talabani pediu novas acomodações. A delegação ocuparia 40 quartos do Hotel Nacional, da época da fundação de Brasília, mas achou os quartos desconfortáveis. Acionado, o Itamaraty contatou o Blue Tree, que improvisou um quarto luxuoso que ainda estava vazio. Adicionou uma decoração especial para assemelhar-se a uma suíte presidencial, indisponível. Talabani mudou-se no final da tarde.