Título: Amorim minimiza discurso
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Fonte: Jornal do Brasil, 11/05/2005, País, p. A2

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, tentou minimizar ontem as declarações mais críticas à posição de Israel em relação à Palestina na abertura da Cúpula América do Sul-Países Árabes. Segundo Amorim, o posicionamento crítico é individual, cada um é livre para falar o que pensa.

- Os temas que são acordados, a maneira como são acordados, figura da declaração comum, que são os pontos em que estamos totalmente de acordo. Agora, ao falar, cada país acentua os pontos que acham que devem acentuar. Ninguém ignora que o problema da Palestina é um importante - afirmou.

O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, representante da Liga Árabe na cúpula, defendeu a necessidade de uma cooperação internacional para a promoção da paz.

Amorim afirmou que a questão da Palestina vai ser discutido em um encontro que terá em Israel ainda este ano.

- O diálogo é sempre a melhor forma de resolver problemas.

Questionado sobre se os discursos mais radicais poderiam atrapalhar a relação do Brasil com os EUA, já que o Brasil está sediando a cúpula, o ministro garantiu que não.

- Não vejo porque um discurso feito por outro país possa melindrar a relação com os EUA, que são um país maduro e sabem que as relações diplomáticas são múltiplas.

Amorim afirmou ainda que ''nem tudo o que é exposto pelos países com os quais o Brasil se relaciona é o que o Brasil pensa''.

Uma das maiores organizações judaicas de direitos humanos, o Centro Simon Wiesenthal, ONG judaica dedicada a combater o anti-semitismo, vê margem para interpretações favoráveis ao terrorismo nos discursos apresentados pelos participantes da Cúpula América do Sul-Países Árabes. Representantes da ONG estão em Brasília como observadores.