Título: Pouco dinheiro e muita dívida
Autor: Israel Tabak e Ricardo Rego Monteiro
Fonte: Jornal do Brasil, 11/05/2005, País, p. A7

Quando se referiu ao entulho burocrático, José Dirceu citou também a legislação obsoleta que estaria emperrando vários setores. - Às vezes temos até os recursos e não conseguimos fazer uma obra, tais os entraves burocráticos e os problemas de legislação. O Congresso precisa nos ajudar.

Segundo o chefe da Casa Civil, o governo tem ''plena consciência'' de que há problemas ''gravíssimos'' para resolver como a ineficácia de setores da máquina pública e o déficit da Previdência:

- É decisivo combater as fraudes, a sonegação e melhorar a gestão.

Citou, em seguida, os desafios que o país deve enfrentar:

- Somos um país de grande potencial, mas também de grandes limitações, como as orçamentárias. Os recursos públicos são escassos e por isso precisamos de investimentos privados.

O cenário econômico preocupa:

- Temos de pagar R$ 100 bilhões todos os anos só do serviço da dívida. Este, aliás, é o maior problema do país. E a política econômica não é só monetária e fiscal. Há um projeto de desenvolvimento em marcha.

E fez uma advertência.

-Uma política econômica também pode entrar em crise por problemas sociais. Até agora tivemos um desenvolvimento sem distribuição de renda. E não há desenvolvimento sem povo.

Pela manhã, Dirceu participou da posse do Conselho de Desenvolvimento Econômico da Baixada Fluminense, no terminal de contêineres do Porto de Sepetiba. O conselho é composto por empresários e representantes das prefeituras da região, com o objetivo de dotá-las de infra-estrutura e promover o desenvolvimento.

Também participaram o prefeito de Nova Iguaçu, Lindbergh Farias, e o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.

Dirceu aproveitou para criticar o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que, na segunda-feira, durante o Fórum Nacional, classificou o governo Lula de ineficiente e incompetente.

- Realmente nosso governo é muito incompetente. A inflação estava em 23,5% e agora está chegando a 6%. O risco Brasil era de 2.400 pontos e caiu para a taxa de 400. O Brasil praticamente não crescia e cresceu 5,25% no ano passado.