Título: Herdeiros do barão do bicho
Autor: Duilo Victor
Fonte: Jornal do Brasil, 12/05/2005, Rio, p. A14
O grande rival de Fernado Ignácio no negócio milionário de distribuição de caça-níqueis, Rogério de Andrade, foi condenado em 2003 por ser mandante do assassinato de seu primo, Paulo Roberto de Andrade, em outubro de 1998. Paulinho foi morto aos 47 anos, com 10 tiros de pistola nove milímetros, na Avenida das Américas, Barra da Tijuca. Ele estava no banco do carona de seu Jeep Cherokee, ao lado do segurança, que levou seis tiros e também morreu. Paulinho levou tiros no lado direito do rosto, no ombro direito e no tórax. O segurança ainda tentou fugir acelerando o jipe e cruzou a Avenida das Américas, mas o carro ficou preso no canteiro central.
Ele era apontado pela polícia como homem forte do jogo do bicho em Angra dos Reis e em Paraty. Ficou preso de 1993 a 1995. O primeiro ano, no Instituto Penal Vieira Neto, em Niterói, e, o segundo, na Polinter, no Cais do Porto. Como o pai, morto em abril de 1997, ele não aceitava ser chamado de contraventor e se apresentava como engenheiro civil.
Em janeiro de 1999, o PM Jadir Simeone Duarte confirmou ao juiz em exercício do 4º Tribunal de Juri, Carlos Alfredo Flores da Cunha, que foi contratado por Rogério Andrade para matar Paulinho. Numa disputa pelo poder e pelo comando da herança de Castor, Rogério teria mandado assassinar o primo. Na época, ele negou ser o mandante, mas ele e Jadir foram acusados.
Em outubro, o PM foi condenado a 18 anos e 9 meses de prisão. Em 2002, Jadir disse que havia sido contratado também para matar a juíza Denise Frossard e outro integrante da família Andrade: César Andrade.
No ano seguinte, Rogério foi condenado a 19 anos e 10 meses de reclusão como mandante dos assassinatos do primo Paulinho de Andrade e de seu motorista. Ele ficou preso por 90 dias na Polinter e foi liberado depois de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça.