Título: Banco Popular cria linha para construção
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Fonte: Jornal do Brasil, 12/05/2005, Economia & Negócios / Informe JB, p. A20

A população de baixa renda terá, a partir de hoje, uma nova linha de crédito para compra de material de construção e reformas de imóveis, a juros de apenas 1,9% ao mês - taxa inferior à praticada em muitas operações de microcrédito. A boa notícia será anunciada oficialmente hoje pelo presidente do Banco Popular do Brasil, Geraldo Magela, em Foz de Iguaçu. Os recursos somam R$ 20 milhões, com limite de R$ 600 para cada operação. - No Rio ou em São Paulo, parece pouco, mas em cidades menores, onde as pessoas ganham menos, é um crédito que, esperamos, terá um impacto social tremendo. Aqui perto de Brasília, por exemplo, em Paranoá, quase 30% das casas não têm vaso sanitário - apontou. - Essa nova linha permitirá uma democratização maior do crédito.

O lançamento ocorre dias após o Banco Popular se tornar alvo de críticas do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Durante a abertura do 17º Fórum Nacional, no BNDES, o tucano citou os resultados da subsidiária do Banco do Brasil como exemplos de descontrole nos gastos públicos.

Político, Magela preferiu não devolver as farpas, mas disse que ''ninguém chuta cachorro morto''.

- Não é à toa. O Banco Popular é parte do projeto de inclusão bancária do governo federal e vai ser um instrumento muito importante de política pública.

O verbo é conjugado no futuro porque o banco só está em operação há 10 meses. Nesse período, gastou milhões para fixar sua imagem, mas já arrebanhou 1,4 milhão de correntistas e abriu 5,5 mil pontos de atendimento, basicamente, padarias, farmácias e armazéns, próximos ao público-alvo - renda mensal até R$ 720, com ou sem carteira assinada.

Apostando neste público, desprezado pelos grandes bancos, a instituição pode se tornar estilingue ou vidraça na campanha eleitoral de 2006. Só o tempo dirá.