Título: BC estuda novas mudanças no câmbio
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Fonte: Jornal do Brasil, 14/05/2005, Economia & Negócios, p. A20

Medidas vão ''aperfeiçoar procedimentos'', avalia diretor

O Banco Central analisa a possibilidade de promover mudanças nas normas de câmbio. A informação foi dada pelo dirtor de Assuntos Internacionais da autoridade monetária, Alexandre Schwartsman, após almoço concedido pela consultoria KPMG, na Câmara Americana de Comércio.

- Estamos começando a olhar para a parte de capitais e vamos continuar promovendo aperfeiçoamento das normas do câmbio - afirmou Schwartsman. Ele não quis dar outros detalhes sobre que possíveis modificações seriam feitas.

Em relação à unificação dos mercados de câmbio e à reforma normativa que alterou a parte comercial e de serviços, o diretor do Banco Central acredita que as alterações tornaram mais simples e eficiente o combate ao crime de lavagem de dinheiro. As medidas foram anunciadas há exatos dois meses. Pelas alterações, o mercado mantém o sistema do Banco Central informado de todas as operações, através do Sisbacen. Schwartsman acredita que as medidas desburocratizaram o sistema, além de evitar o que considerava ''um clima policialesco''.

Schwartsman não quis falar sobre a autorização dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), anteontem, para quebra do sigilo fiscal e investigação de supostos crimes cometidos pelo presidente do BC, Henrique Meirelles. Ele também evitou fazer prognósticos sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que, na próxima semana avalia se mantém ou altera a taxa básica de juros, hoje em 19,5%.

No mercado, o dólar subiu pelo segundo dia consecutivo e fechou a R$ 2,474 na venda - valorização de 0,24%. Na semana, a nona sem atuação do BC no mercado para conter a queda da cotação, a moeda acumula leve alta de 0,48%. Segundo analistas, o avanço do dólar em relação ao real acompanha tendência da moeda americana frente a outras divisas.

A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou em baixa pelo quinto pregão seguido e retornou ao patamar dos 23 mil pontos. O Ibovespa caiu 0,95%, aos 23.887 pontos. Na semana, a queda acumulada chega a 6,6%. Os investidores foram pegos de surpresa com a queda no índice de confiança dos consumidores americanos, que atingiu o menor nível desde março de 2003. Empresas exportadoras estavam entre as maiores quedas, refletindo a preocupação do mercado com a queda dos preços das commodities.

O balanço de investimentos estrangeiros na Bovespa fechou negativo em R$ 149,45 milhões até o dia 10 deste mês. Os estrangeiros venderam R$ 2,529 bilhões de ações ante compras de R$ 2,380 bilhões. No acumulado do ano, o saldo é positivo em R$ 704,293 milhões, período em que a Bolsa cedeu 5,47%.

Com agências