Título: Emprego formal bate recorde
Autor: Karla Correia
Fonte: Jornal do Brasil, 17/05/2005, Economia & Negócios, p. A19

Foram criados 558 mil novos postos de janeiro a abril

A criação de trabalho formal bateu recorde em abril, segundo os dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) divulgado ontem pelo ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini. O surgimento de 266.095 novos postos de trabalho no mês, equivalente a um crescimento de 1,07% sobre o mês de abril do ano passado, é o melhor resultado da série histórica do Caged, iniciada em 1992.

O acumulado de janeiro a abril também representa recorde para a série histórica. Foram criados 558.317 novos postos, o que significa aumento de 2,27 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2004. Nesse quadro, o destaque foi para os setores de Serviços, que respondeu pelo aumento de 87,4 mil empregos, e de Indústria de Transformação, com 79,4 mil novos postos de trabalho. Como no setor de Serviços, o crescimento do mercado interno fez o Comércio registrar 33,3 mil empregos no acumulado desde janeiro, ou de 19,3 mil vagas no mês.

Na avaliação do ministro, os números refletem um quadro de manutenção do nível de crescimento do emprego, que não estaria sofrendo abalos com a elevação constante da taxa básica de juros, ou o câmbio pouco competitivo.

- Nem a questão monetária nem a cambial têm tido impacto no mercado de trabalho. Este está crescendo independentemente de questões como juros e câmbio- acredita o ministro.

Com esse discurso, Berzoini amenizou as críticas que vinha fazendo à política econômica do governo. O ministro fez questão de levar os números positivos do Caged ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que o crescimento das exportações e do mercado interno estão sendo suficientes para consolidar um nível de atividade econômica capaz de manter estável a geração de emprego. Ele prevê ainda que a taxa de desemprego em dezembro ficará entre 1 e 1,5 abaixo da registrada no mesmo mês de 2004, quando foi de 9,6%.

- Acho que é possível chegar à marca de redução global de 10 milhões de desocupações no Brasil - reforçou Berzoini.