Título: Contra a exclusão social
Autor: Monique Cardoso
Fonte: Jornal do Brasil, 17/05/2005, Caderno B, p. B1

A mostra Arte, Diversidade e Inclusão Social começa no dia 18 de maio porque este é o Dia da Luta Antimanicomial, que representa a luta dos usuários da saúde mental e de seus familiares contra a exclusão social. O Grupo de Teatro do Oprimido Pirei na Cenna, dirigido pela psicopedagoga Claudia Simone Santos Oliveira, apresenta amanhã no CCBB, às 19h, a peça É melhor prevenir que remédio dar. - O espetáculo é uma possibilidade de diálogo da sociedade com a loucura - pontua Claudia.

Há oito anos o grupo utiliza a linguagem cênica para que os atores, portadores de transtorno mental e usuários do hospital psiquiátrico de Jurujuba, em Niterói, levem ao público um debate sobre sua realidade cotidiana.

A peça A cidade e os olhos, em cartaz nos dias 21 e 22, também pretende mostrar que a inclusão social através da arte dramática é um desafio possível de ser vencido. O espetáculo foi montado com atores formados pelo projeto Expressividade Cênica para Portadores de Deficiência Visual, do Festival Internacional de Londrina, o FILO, um dos eventos de referência para a comunidade teatral no Brasil. O texto, impresso em braile para que todos pudessem decorar, é livremente inspirado na obra Cidades invisíveis, de Italo Calvino, mas foi escrito em grande parte pelo ator Sebastião Narciso, que participa da montagem.

- Eles têm um excelente desempenho em cena, se orientam muito bem pela marcação, pela música. Decoraram as falas rápido porque a capacidade de imaginação deles é incrível - elogia Paulo Braz, ator profissional no Paraná e produtor e diretor da peça.

- A peça trata da relação do homem com o espelho, é muito intensa, o público sempre se emociona e esquece que eles são cegos. No fim do espetáculo, essa condição perde sua importância - conta.