Título: Competição se acirra dentro do PFL
Autor: Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 17/05/2005, Brasília, p. D1
Pesquisa que coloca Arruda e Paulo Octávio à frente leva candidatos a trocar farpas, ainda que destaquem a convivência
A disputa promete ser intensa dentro do PFL para a escolha do candidato que disputará a sucessão do GDF em 2006. De acordo com uma pesquisa da O&B Brasil, divulgada ontem com exclusividade pelo JB, o deputado federal José Roberto Arruda e o senador Paulo Octávio aparecem no topo da preferência dos entrevistados. Na lista que reúne os 12 mais prováveis pré-candidatos, Arruda desponta com 29,7% das intenções de voto, seguido por Paulo Octávio, com 22,7%. De acordo com o levantamento, o senador Cristovam Buarque aparece em terceiro lugar, amargando 14,3%. Comentando o resultado favorável, Arruda ressaltou um acordo que teria sido feito no PFL com o presidente nacional do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), pelo qual o candidato pefelista para o Palácio do Buriti seria escolhido de acordo com a ''capacidade de ganhar a eleição''.
- É claro que pesquisa não é o único fator. Espero o cumprimento do acordo, não saio do PFL - disse Arruda, que em 2002 teve 360 mil votos.
Segundo melhor colocado na pesquisa, Paulo Octávio garante estar orgulhoso com a posição por ''nunca ter sido candidato ao GDF nem ter exercido função no Executivo''. No entanto, ele afirma que em dois outros levantamentos - realizados pela Soma e pela Exata - apareceu até quatro pontos percentuais na frente de Arruda.
Sobre a influência destes resultados para que o PFL escolha seu candidato, o senador acredita que terão peso maior apenas no início das campanhas, julho do ano que vem. Ele afirma não estar preocupado com a decisão da Executiva, e garante que também não deixa a legenda.
- Tenho boa convivência com o Paulo (Octávio). Ele não é meu adversário, nem eu dele. Nosso adversário é o PT - disse Arruda.
Nas simulações de segundo turno, os pefelistas também derrubariam todos os concorrentes. Encarando qualquer um dos dois, Cristovam Buarque somaria apenas 27,2%. O ex-governador tem evitado falar sobre candidatura antes de uma posição da direção nacional, e não comentou a pesquisa. ''Elas são para técnicos''.
Para a deputada federal Maninha (PT), o baixo desempenho dos colegas da legenda tem como causa dois ingredientes: o desgaste vivido pelo partido em uma cidade que respira funcionalismo público e maior conhecimento dos nomes dos candidatos ligados ao GDF. O segundo petista melhor colocado foi Geraldo Magela, presidente do Banco Popular do Brasil, com 5,7% das intenções. Maninha, com 1%, ficou atrás da deputada distrital e ex-vice-governadora Arlete Sampaio (1,9%). O quarto nome do partido, deputado Sigmaringa Seixas, teve o pior desempenho, 0,5%.
- Uma pesquisa neste momento não reflete o desempenho eleitoral, mas o grau de conhecimento do nome dos candidatos. Paulo Octávio, por exemplo, tem uma intensa propaganda. No Plano piloto, onde você olha, vê o nome dele - avaliou Maninha.
Outro dado importante foi avaliado com cautela pelos postulantes. Diante da pergunta Se Roriz pedisse para você mudar de candidato, você mudaria?, 18,5% das respostas foram ''sim. Candidato ao Buriti em 1998, no meio do mandato de senador, Arruda afirma ser ''gato escaldado''.
- Candidatura majoritária só se realiza se for projeto coletivo. Aguardo a ação política do governador, não há como ser candidato sem apoio dele - diz.
O deputado federal Tadeu Filippelli (PMDB), maior aliado de Roriz, abstém-se de avaliar se este índice fortaleceria seu nome. Resume dizendo que ''o governador não se pautaria somente por isso para conduzir a sucessão''.
O administrador de Ceilândia, Rogério Rosso, e o ex-ministro do STF Maurício Correia também entraram na lista de possíveis concorrentes ao palácio do Buriti. Rosso, cotado para uma vaga na Câmara dos Deputados, alcançou 0,7% da intenções. Correia foi o lanterna: 0,4%. ''Não tenho o que comentar, nem partido eu tenho'', disse o magistrado.
As enquetes foram realizadas entre os dias 6 e 10 deste mês, e ouviram 1,2 mil pessoas. A margem de erro é de 2,8%.