Título: Ásia é líder no resultado da Vale
Autor: Daniele Carvalho e Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 13/05/2005, Economia & Negócios, p. A21

Pela primeira vez, exportação de minério de ferro para o Oriente supera negócios com europeus

A Ásia superou a Europa e tornou-se o primeiro mercado da Vale do Rio Doce em receita no primeiro trimestre deste ano. As vendas para China, Japão e Coréia do Sul responderam por 26,2% do montante movimentado no período. A diferença das vendas em relação aos países europeus foi de apenas R$ 60 milhões, mas poderia ser maior de acordo com o diretor de Relações com Investidores da Vale, Roberto Castello Branco.

- Se tivéssemos maior capacidade de produção poderíamos ter vendido mais para a China - afirmou ele. Na avaliação do diretor, não há indicação de desaceleração da demanda chinesa, embora essa expectativa negativa tenha derrubado ações das principais mineradoras do mundo no mês passado, com perdas de US$ 63 bilhões em valor de mercado.

As vendas à China equivaleram a 12% do faturamento da Vale e 18% do embarque de minério. A Europa respondeu por 26% do faturamento, enquanto Estados Unidos e Brasil tiveram participação de 11% e 25%, respectivamente. As demais regiões do mundo responderam por 12%.

Concentrada no crescimento da demanda por minério de ferro, a Vale está investindo US$ 1,4 bilhão em seis projetos (Brucutu, Itabira, Fábrica e Fazendão, além de outros dois em Carajás) para expansão de capacidade, o que vai agregar mais 60 milhões de toneladas à produção até 2007. Em 2004, foram produzidas 148 milhões de toneladas do minério.

Em relação à bauxita, Castello Branco informou que a mina de Paragomina está em sua primeira fase de desenvolvimento, com expectativa de início das operações para 2007. A estimativa é de que a mina possa alcançar a produção de 13,5 milhões de toneladas por ano. No próximo mês, começarão as obras do mineroduto que escoará a produção até a usina de Alunorte.

Na Alunorte estão em curso dois projetos de expansão, que vão possibilitar um acréscimo de 1,8 milhão de toneladas, o que vai permitir chegar ao final deste ano com capacidade de 4,2 milhões de toneladas por ano.

Já em relação ao potássio, a Vale quer aumentar a atual produção da mina de Taquari-Vassouras das atuais 600 mil toneladas para 850 mil toneladas. Quanto à mina de potássio que a companhia está explorando na Argentina, na província de Neuquém, Castello Branco adianta que o potencial possa chegar a 1 milhão de toneladas.