Título: PCC está mais próximo
Autor: Gustavo de Almeida
Fonte: Jornal do Brasil, 07/05/2005, Rio, p. A13
A polícia paulista fez ontem uma prisão que comprova ligação cada vez mais próxima de traficantes das facções conhecidas como Primeiro Comando da Capital, de São Paulo, e Comando Vermelho, do Rio de Janeiro. Policiais do Departamento de Investigações Sobre Narcóticos (Denarc) prenderam cinco criminosos ligados às duas facções na cidade de Praia Grande, Litoral Sul do Estado de São Paulo. A polícia paulista investiga a possibilidade de o Porto de Santos estar sendo usado como rota para a cocaína que vem da Colômbia. Uma vez refinada em São Paulo, é enviada ao Rio por um esquema que envolve traficantes das duas facções. Ontem os policiais da 5ª Delegacia de Repressão a Entorpecentes do Denarc encontraram 13 quilos de cocaína e 14 quilos de maconha em poder de cinco pessoas, entre elas o estivador Carlos Alberto Dias Novaes, de 34 anos, o Cacá, morador de São Vicente, cidade próxima a Praia Grande. Com ele estava o padeiro Alexandre de Lima Coelho, morador de Paciência, na Zona Oeste do Rio.
Os investigadores também prenderam duas mulheres - as domésticas Sandra Soares Albuquerque, de 37 e Luciana Pourchet dos Santos, de 29 - de Duque de Caxias, momentos antes do embarque para o Rio de Janeiro com 12 quilos de cocaína e um de maconha. Também foi preso o motorista Erivaldo Rodrigues dos Santos, de 40, também de São Vicente.
Carlos Alberto é apontado pelos policiais como sendo o chefe da quadrilha e responsável pelo envio de cocaína para o Rio de Janeiro. Segundo as investigações, a quadrilha do estivador prepara a droga e manda aproximadamente 100 quilos por mês para o Rio. Alexandre era o contato entre Carlos e os traficantes cariocas. O padeiro, que já cumpriu pena, agenciava as mulheres - conhecidas como ''mulas'' - para o transporte da droga e coordenava oe processo de remessa, do qual participava o motorista. O grupo foi detido a caminho da estação rodoviária, onde embarcariam em um ônibus para o Rio.
De acordo com o inspetor Oswaldo Cardenuto, chefe do setor de investigações da 5ª Delegacia, desde o ano passado que as prisões de traficantes do Rio têm sido comuns em São Paulo, deixando evidente o fato de o PCC e o CV terem conexões.
- Já é possível notar que há uma expansão do PCC em busca do mercado de drogas do Rio de Janeiro - disse.