Título: PFL discute democracia no mundo
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 20/05/2005, País, p. A6

O senador Jorge Bornhausen, presidente do Partido da Frente Liberal (PFL), presidiu ontem, ao lado do ex-primeiro ministro da Espanha, José Maria Aznar, o encontro do conselho governante da Internacional Democrática de Centro (IDC), no Hotel Meridien, em Copacabana. Estiveram presentes, líderes e parlamentares de 26 países da Europa, América Latina e África. Durante a reunião, os politicos aproveitaram para discutir num seminário ''O futuro democrático para Cuba''. Líderes e integrantes da oposição cubana participaram do encontro e fizeram um relato aos membros do IDC sobre a situação dos prisioneiros do sistema penal cubano, a vida dos dissidentes exilados e as contínuas violações dos direitos humanos pelo regime de Fidel Castro. O encontro foi a portas fechadas, sem a presença da imprensa.

O presidente da IDC, José Maria Aznar, defendeu o esforço para a implantação da democracia no Iraque e criticou duramente o terrorismo no mundo:

- A Ucrânia, Geórgia, Afeganistão, Iraque e Líbano são países onde a democracia está chegando e Cuba continua na mesma - disse.

José Maria Aznar preferiu não responder à pergunta sobre um suposto populismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estaria seguindo a trilha do presidente venezuelano Hugo Chávez. Mas fez um comentário sobre asrelações do presidente brasileiro com o venezuelano e também com Fidel Castro:

- Eu prefiro outras amizades - ironizou.

O prefeito do Rio, Cesar Maia, participou do encontro e disse que um dos temas mais debatidos foi o recrudescimento do populismo na Amaérica Latina, num contexto de globalização.

Jorge Bornhausen comentou as denúncias de corrupção nos Correios e Telégrafos envolvendo o PTB e afirmou que se forem fundadas, o Congresso terá de cortar na própria carne.

Para ele, a oposição não transformará a CPI sobre o caso em uma peça política contra o governo. Bornhausen explicou que o objetivo será apurar com transparência eventuais irregularidades no âmbito do Congresso.

-Queremos apurar a denúncia de que há partidos e parlamentares que recebem do Poder Executivo recursos que são, de forma criminosa, retirados do governo. Isso é grave. A grande preocupação da oposição não é palanque político. Queremos, sim, manter o pilar do Parlamento, para que saia dessa situação de forma honrosa e respeitável.

O Partido da Frente Liberal, realiza hoje um ''ato público de refundação''durante reunião do IDC. O partido não vai mudar de nome, mas espera se reestruturar para voltar ao poder em 2006.