Título: Múmia 'romana' é a mais valiosa
Autor: Claudia Bojunga
Fonte: Jornal do Brasil, 22/05/2005, Internacional / Ciência, p. A12

As duas múmias egípcias mais importantes do acervo do Museu Nacional são a do período romano, dos séculos I a III a.C e a de Sha-Amun-em-su, do século 750 a. C. A primeira foi comprada por D. Pedro I, em 1826. Além dela, um comerciante trouxe toda a coleção de Egito do museu, exceto a segunda, que D. Pedro II ganhou em uma viagem ao Cairo. O acervo é o maior da América Latina.

A romana passou por um processo de mumificação muito raro, no qual o braço e os dedos foram enfaixados separados do corpo. Existem só oito exemplares desse tipo no mundo. Esta é a única do continente americano.

- Ela foi estofada para não que não aparecesse o processo de ressecamento. Com isso, ficava com a aparência de quando era viva - conta Brancaglion, acrescentando que o corpo é de uma jovem nobre de 20 anos. Originalmente tinha sandália e máscara mortuária, que não vieram para o Brasil.

Sha-Amun-em-su - que jamais foi aberta e provavelmente nunca o será - era uma sacerdotisa que nos dias de festa cantava hinos de louvor ao deus Amon (um dos criadores do mundo) no templo de Karnak, em Tebas, capital na época. Era uma senhora de 40 anos e de baixa estatura (1m60cm).

Além das reconstituições, a equipe do museu também restaurou uma réplica de uma estátua de Osíris, do acervo.

- Fizemos uma pesquisa e a pintamos como era originalmente - completa. (C.B.)