Título: Apoio para aumentar exportações
Autor: Luciana Otoni
Fonte: Jornal do Brasil, 19/10/2004, economia & Negócios, p. A-19

Programa será lançado para incentivar Estados que vendem menos de US$ 100 milhões no exterior

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, lança nesta quinta-feira o programa Estado Exportador, específico para sete Estados da Federação e mais o Distrito Federal, cujas exportações anuais não ultrapassam US$ 100 milhões. De janeiro até a terceira semana de outubro, o total de vendas externas do país já atingiu US$ 74,9 bilhões, 31% acima de igual período de 2003, contribuindo para o superávit acumulado de US$ 26,826 bilhões.

A meta do programa é mobilizar os setores público e privado para ampliar em 20% no período de um ano as vendas feitas no exterior por empresas do Acre, Amapá, Sergipe, Tocantins, Piauí, Rondônia, Roraima e mais o Distrito Federal.

O programa Estado Exportador será lançado em Brasília durante a realização do 84º Encontro de Comércio Exterior (Encomex), evento direcionado às micro e empresas de pequeno porte.

O secretário de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, informou que o Estado Exportador é composto por três ações centrais: difusão de informações sobre produtos, mercados e operações de comércio exterior, treinamento de empresários e divulgação das linhas de crédito para exportação ofertadas pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

- É verdade que a exportação é uma atividade difícil e complexa. É preciso adaptar produtos, ajustar preços, vencer barreiras logísticas. Mas dado o primeiro passo, a operação se torna rotina, as empresas ganham com a ampliação da escala de produção, o número de consumidores dos produtos aumenta e a companhia não fica dependente de apenas um mercado - destacou o secretário.

A coordenação dos trabalhos será dos estados, por meio das secretarias de indústria e comércio. Mas as federações industriais, associações comerciais, o Sebrae local, os bancos e as agências dos Correios serão mobilizados.

O início das atividades obedecerá às vocações naturais e da economia de cada um dos sete estados e do Distrito Federal. Neste aspecto, Ivan Ramalho citou o Acre, dizendo que as empresas localizadas naquele estado apresentam potencial para a exportação de madeiras especiais, móveis, bijuterias (com ênfase na matéria-prima da Amazônia) e castanha.

A ampliação dos embarques por empresas localizadas fora dos tradicionais eixos de desenvolvimento econômico atende a uma estratégia que visa a diversificar a pauta das exportações e tornar o país menos vulnerável ao desempenho comercial de alguns setores de produção e às oscilações nos grandes mercados consumidores.

- O Brasil torna-se menos dependente dos principais compradores. Os Estados Unidos, que compram 20% das nossas exportações, permanecem como um grande mercado, mas hoje 80% dos nossos produtos são consumidos em outros países e isso nos torna menos vulneráveis às oscilações no cenário internacional - avaliou Ivan Ramalho.

O secretário também citou o petróleo, já que nos mercados internacionais, a cotação do barril segue acima dos US$ 53.

- O preço do petróleo pode afetar o consumo em determinado país ou região, mas o Brasil fica menos vulnerável a isso - afirmou.

Segundo Ramalho, ainda é cedo para se estimar o impacto que a alta das cotações do petróleo terá sobre a expansão do comércio mundial e, especificamente, sobre o desempenho das exportações brasileiras.