Título: O futuro da capital na reta final
Autor: Soraia Costa
Fonte: Jornal do Brasil, 23/05/2005, Brasília, p. D5

Começam esta semana as reuniões regionais de revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal

As discussões para a revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) entraram em sua reta final. Esta semana, aconteceram as reuniões regionais para agrupar as propostas da população em grandes temas. Faltam apenas três regionais antes da elaboração de um anteprojeto de lei que será levado às audiências públicas nos dias 18 de junho e 9 de julho, para a aprovação da comunidade. A secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Diana Meirelles da Motta, ressalta a importância do processo participativo para identificar as reais demandas das cidades. Ela afirma que foram feitas mais de 150 reuniões com a comunidade, além de seminários temáticos com entidades representativas da sociedade civil.

A partir das reuniões regionais, a Secretaria começou a sistematizar as propostas apresentadas. Como estava havendo certa confusão entre a amplitude dos Planos Diretores Locais e do PDOT, todas as sugestões foram anotadas e posteriormente separadas.

Nas discussões do PDOT, as propostas foram agrupadas em temas: Habitação e regularização fundiária; infra-estrutura e saneamento; meio ambiente, preservação ambiental e cultural; transporte e mobilidade urbana; desenvolvimento econômico e social da área metropolitana e regional.

Entre os pedidos da população estão a construção de cemitérios e aterros sanitários, a preservação das áreas de risco ambiental, a transformação de área rurais em urbanas e a criação de parques vivenciais. A administradora do Lago Sul, Natanry Osório, afirma que o tempo para a discussão foi curto, mas garante que se o prazo fosse maior, as pessoas se acomodariam.

- Já há uma segurança do que se quer. O PDOT apenas cristaliza o que já estava sendo discutido internamente nos conselhos comunitários - afirma Natanry.

No Lago Sul, por exemplo, há unanimidade entre os moradores para que a área seja transformada em zona de uso controlado. No último Plano Diretor, elaborado em 1997, a região foi classificada como zona de uso de consolidação. Além disso, a comunidade deseja que a orla do Lago Paranoá continue tendo uso restrito.

- Os moradores acreditam que não se deve abrir a orla, pois isso iria acabar com o Lago. Estamos criando espaços para a visitação, respeitando a orla das residências - garante Natanry Osório.

A administradora argumenta que o governo sozinho não conseguiria promover o resgate ecológico. Entre as opções para a visitação pública estão os parques vivenciais. A Ermida Dom Bosco, nas proximidades da QL 29, a Península dos Ministros, na QL 12, e o Parque do Anfiteatro, entre as quadras 12 e 14, estão entre as alternativas para o turismo contemplativo às margens do Lago.