Título: PFL: Governo é corrupto
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Fonte: Jornal do Brasil, 21/05/2005, País, p. A2
Em reunião da IDC, pefelistas atacam Lula
Folhapress
Em solenidade que marcou o início do processo de refundação do PFL, as principais lideranças do partido e até convidados, como o presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Pier Casini, atacaram duramente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo petista é, segundo os pefelistas, corrupto, populista e incompetente. - A incompetência venceu a esperança - ironizou o senador Jorge Bornhausen (SC), presidente nacional do PFL, citando o slogan de Lula - ''A esperança venceu o medo'' - na campanha que o levou à Presidência.
O senador Antonio Carlos Magalhães (BA) falou aos cerca de 200 pefelistas presentes ao evento, realizado no Rio, que o Brasil ''não está se desenvolvendo como deve'' por causa da ''corrupção deste governo.''
- O populismo que já infelicita alguns países da América do Sul, quer passar também para o Brasil. Aqui, infelizmente, temos parceiro na corrupção e parceiro no populismo. Não queremos nem uma coisa nem outra - criticou ACM, em uma referência à declaração de Lula de que o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), suspeito de envolvimento em um esquema de corrupção nos Correios, é parceiro do governo.
O pré-candidato do PFL à Presidência da República e prefeito do Rio, Cesar Maia, disse que o governo Lula é populista e comparou-o à gestão do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
- O populismo de Chávez é de antes, dos anos 40 e 50, calcado no processo de dominação. O populismo do presidente Lula é calcado em um sistema mais sofisticado de hegemonia em que o dominado não se sente dominado. Em que se usa com muita volúpia, e com competência muitas vezes, instrumentos de propaganda e publicidade e as boas articulações com os meios de comunicação.
Até o presidente da Câmara dos Deputados da Itália, ao discursar, atacou o populismo, dizendo que um lema para o novo PFL poderia ser: ''Faça, não fale. Demagogia zero. Porque só a demagogia zero pode levar à fome zero''.
O encontro do PFL com convidados da Internacional Democrática de Centro (IDC), entre eles seu presidente, o ex-primeiro-ministro da Espanha José Maria Aznar, marca o início do processo de refundação da sigla, que planeja deixar de ser um partido de direita para se tornar de centro.
- O PFL não seria um partido com alternativa de poder, não chegaria ao Sudeste e ao Sul se não se reposicionasse politicamente e se não fizesse uma revisão de sua imagem - disse Cesar Maia.
O prefeito afirmou que o PFL quer disputar a eleição presidencial de 2006, mas poderá vir a apoiar o candidato do PSDB se constatar não ter chances de vencer Lula e seu projeto de reeleição.