Título: GDF descentraliza rede hospitalar
Autor: Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 19/10/2004, Brasília, p. D-3

Intuito é desafogar atendimento emergencial no HBB e passar a tratar especialidades como cardiologia em outros hospitais

Até dezembro, a emergência do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) deve estar preparada para receber pacientes da cardiologia, ortopedia e psiquiatria, que hoje são atendidos no pronto-socorro do Hospital de Base (HBB). A autorização da reforma dos leitos - que saltarão de 76 para 106 nos próximos dois meses - foi dada ontem, Dia do Médico, pelo governador Joaquim Roriz. As obras no pronto-socorro da Asa Norte estão orçadas em R$ 800 mil, e deverão ampliar em até 40% a capacidade de atendimento, que hoje é de cerca de 25 mil pacientes por mês. O secretário de Saúde, Arnaldo Bernardino, explica que até o ano que vem no HBB funcionarão apenas os atendimentos emergenciais a politraumatizados. As outras especialidades emergenciais serão direcionadas para outros hospitais.

- Estamos abrindo novas salas e ampliando espaços na tentativa de atender essa demanda que cresce assustadoramente. Entre 2003 e 2004 contratamos 3,5 mil servidores para a rede, sendo 1.060 médicos, e mesmo assim as filas continuam quilométricas - afirma o secretário, ressaltando que este ano a rede deve ultrapassar os seis milhões de atendimentos, a maioria de pessoas do Entorno.

Bernardino disse ainda que há dois anos o gasto mensal com material e medicamentos era de R$ 7,9 milhões. Hoje, o custo saltou para R$ 18,4 milhões.

Roriz anunciou a reforma dos leitos ontem, no HRAN, durante entrega de 18 novas salas ambulatoriais para cinco especialidades. Foram abertas duas unidades para queimados, três consultórios para atendimento de seqüelados em cirurgia plástica e outros quatro odontológicos, que oferecerão tratamento para crianças e pacientes especiais. Até ontem, os dentistas do hospital ofereciam serviços básicos e extrações, em apenas cinco salas. Uma nova unidade de endoscopia também começou a funcionar ontem e, agora autônoma (fora da clínica médica), pretende dobrar o número de exames feitos, chegando a 120 por semana.

O HRAN inaugurou ainda uma sala de atendimento à mulher vítima de violência, com uma equipe multidisciplinar (assistente social, psicólogo, médico) de plantão. Na recém-criada Central Farmacêutica de Manipulação serão produzidos 37 tipos de medicamentos a base de pomada, que atenderão não apenas o próprio hospital, mas toda a rede de saúde.

As reformas do HRAN custaram R$ 406 mil (R$ 306 mil em equipamentos e o restante em estrutura hospitalar).

O governador Roriz afirmou que apenas este ano o GDF investiu R$ 18 milhões na compra de equipamentos e aparelhos.