Título: Benedito reage à perda do comando do PP
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Fonte: Jornal do Brasil, 21/05/2005, Brasília, p. D3

Ex-vice-governador não pretende deixar a legenda, mas encontro da Executiva pode levá-lo a outro partido

Um encontro da Executiva nacional do PP, marcado para o próximo dia 31, pretende resolver uma questão ainda pendente em âmbito regional: a troca no comando do partido no DF. Na quinta-feira passada, o senador Valmir Amaral assumiu a presidência do PP-DF no lugar do ex-vice-governador Benedito Domingos. Na nova composição da Comissão Provisória Estadual o senador emplacou nove das 15 vagas, ocupadas por parentes e amigos do empresário. A reunião foi um pedido de Benedito ao presidente nacional da sigla, deputado federal Pedro Corrêa (PE). Secretário-geral nacional, Benedito não esconde a insatisfação com a intervenção. Ontem, ele se reuniu em sua residência com o ex-senador Jofran Frejat e o deputado distrital Júnior Brunelli, seus aliados. Benedito, que também é secretário-geral do PP nacional, garante que não pretende deixar a sigla - ''prefiro tentar um entendimento'' - mas frisa que vem recebendo convites.

- Hoje, o voto no Brasil não é partidário, e sim pessoal. Reuni mais de 35 mil pessoas da minha igreja, a Assembléia de Deus, no Ginásio Nilson Nelson no último dia 15. Terei apoio mesmo se estiver em outro partido - afirma Benedito.

Pedro Corrêa acredita que a reunião da Executiva não mudará o resultado da intervenção. Ele explica que a decisão de nomear Valmir Amaral como presidente do partido segue orientação de uma resolução assinada há dois anos e meio, pela qual o comando regional do PP deve ser exercido por parlamentares federais. Como no DF não havia nenhum até o dia 29 de abril, Bené, sem mandato não foi questionado.

- Ele é uma figura prestigiada. Mesmo sem mandato, Benedito é o segundo no partido - afirmou Corrêa.

Em resposta às críticas dos correligionários - de que sua decisão de concorrer ao GDF em 2002 fora da chapa do governador Joaquim Roriz teria atrapalhado a campanha a senador de Jofran Frejat e a de deputado federal de Wigberto Tartuce - Benedito afirma que foi o momento político. No segundo turno, o ex-vice de Roriz ainda abraçou a candidatura do petista Geraldo Magela.

- Se tivesse acertado, seria um herói. Mas agora sou bandido - reclamou o líder evangélico.