Título: Aécio foge da briga
Autor: Israel Tabak
Fonte: Jornal do Brasil, 24/05/2005, País, p. A3

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), mandou ontem um recado para seus colegas de partido. Anunciou em Belo Horizonte que ninguém deverá contar com ele para a radicalização do debate entre tucanos e petistas e sugeriu que os administradores públicos aproveitem bem 2005 para realizar obras:

- Neste anos todos ainda podemos trabalhar em paz devido à ausência de eleições. Minas sempre estenderá as mãos para quem deseja trabalhar, criar empregos e renda, independente de partidos - afirmou.

O recado de Aécio esfriou as expectativas criadas para o jantar agendado para ontem à noite na residência oficial do governador, com a presença de dez estrelas tucanas. Estavam convidados o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o prefeito de São Paulo, José Serra, os senadores Tasso Jereissatti (CE) e Arthur Virgílio (AM), o deputado federal paulista Alberto Goldman e os governadores Simão Jatene (PA), Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perillo (GO). Além do anfitrião e do presidente nacional do PSDB, o também mineiro senador Eduardo Azeredo.

Cauteloso, Aécio preferiu não entrar em detalhes sobre o significado de sua afirmação. Ao contrário do que costuma fazer, se retirou rapidamente, sem atender à imprensa. Esse papel coube ao senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e presidente nacional interino da sigla, que informou ter sido dele a idéia e o convite para o jantar. O governador teria oferecido o local.

Azeredo minimizou o conteúdo da reunião, dando-lhe um caráter puramente social, mas ressalvou que, quando políticos se encontram, tratam de política. O senador apoiou as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao reafirmar que o governo federal está sem rumo.

- Mas não pretendemos desestabilizá-lo. Não somos como o PT, que sempre defendeu o quanto pior, melhor. Queremos que Lula cumpra seu mandato para que possamos derrotá-lo nas urnas - finalizou.