Título: Renan: sem manobras
Autor: Paulo de Tarso Lyra e Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 25/05/2005, País, p. A2

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), avaliou ontem que a politização da investigação do esquema de corrupção nos Correios transformou uma centelha num ''grande incêndio'', mas afirmou que cumprirá seu papel hoje com a leitura do pedido de criação da CPI dos Correios na sessão do Congresso. - Amanhã (hoje) teremos a sessão, e, havendo quórum, haverá a leitura - confirmou Renan, negando a possibilidade de manobra política para evitar ou adiar a leitura do requerimento de CPI.

Ontem, em discurso, Renan manteve a posição de que a investigação da denúncia de corrupção precisa ser realizada, mas pelos órgãos competentes, como Polícia Federal e Ministério Público. Na semana passada, chegou a pedir mais tempo para as investigações oficiais. Ele não assinou o requerimento de CPI.

Em discurso, ontem, na Confederação Nacional da Construção, Renan culpou a falta de agenda para os dois últimos anos da gestão Luiz Inácio Lula da Silva pela eclosão de ''discussões comezinhas'':

- Se o governo não tiver uma agenda que não seja de partido, mas sim do Brasil, vai ficar permanentemente acuado - afirmou o presidente do Senado, ao se referir à tentativa de abertura da CPI.

Pelo regimento, basta haver quórum de um sexto de cada Casa (86 deputados e 14 senadores) para realizar a sessão. Para a instalação da CPI, só é necessária a leitura do requerimento e a manutenção, até a meia-noite, do número mínimo de assinaturas, 171 deputados e 27 senadores. Havia movimentação de retirada de assinaturas ontem, mas até as 18h30 o requerimento contava com 304 nomes de (253 deputados e 51 senadores).

Folhapress