Título: Jucá se diz tranqüilo em relação à investigação da PF
Autor: Karla Correia
Fonte: Jornal do Brasil, 25/05/2005, País, p. A3

Ministro diz que apuração sairá da esfera política para ser tratada juridicamente

O ministro da Previdência, Romero Jucá, afirmou ontem ter recebido ''com tranqüilidade'' a notícia da determinação de abertura de inquérito criminal pela Polícia Federal, feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) César Peluzo, para investigar as circunstâncias em que o Banco da Amazônia (Basa) concedeu empréstimo à Frangonorte, empresa da qual era sócio.

Durante a divulgação do resultado mensal do Regime Geral da Previdência, Jucá afirmou que a decisão vai transferir as discussões sobre o assunto da esfera política para a esfera jurídica. O anúncio não teria causado surpresa a Jucá, pois seria uma decorrência natural do pedido de inquérito feito pelo procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, há duas semanas.

- O Supremo é um local adequado para fazer essa investigação, e ninguém está mais interessado do que eu em apurar os fatos. Eu estou com a consciência tranqüila, pois não cometi nenhum tipo de irregularidade nessa questão - ponderou Jucá, que disse ainda ter ligado ontem mesmo para o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, pedindo ''agilidade'' nas investigações conduzidas pela Polícia Federal.

O ministro afirmou ainda se sentir ''extremamente à vontade'' para permanecer no comando da Previdência Social, mesmo sendo investigado pelo STF.

- A confiança do presidente Lula em mim é total, e estou com carta branca para trabalhar no Ministério. Vou aguardar a investigação e prestar todos os esclarecimentos necessários à apuração dos fatos. É importante lembrar que essa investigação diz respeito a uma questão de mais de dez anos atrás, que não envolve qualquer ação administrativa ou gerencial relacionada ao ministério da Previdência - ressaltou Romero Jucá.

O ministro enfatizou que nenhuma das suspeitas levantadas por Cláudio Fonteles no processo teria relação direta com sua pessoa. Ressaltou ainda que o procurador-geral da República pediu uma investigação, e não apresentou uma denúncia, por não haver comprovação de sua participação em quaisquer irregularidades.

Jucá é acusado de oferecer sete fazenda inexistentes como garantia em um empréstimo na empresa Frangonorte - da qual era sócio entre 1994 e 1997- e o Basa (Banco da Amazônia).