Título: Divergência na taxa de desemprego
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 26/05/2005, Economia & Negócios, p. A17

Duas pesquisas divulgadas ontem mostram quadros opostos para o mercado de trabalho na Região Metropolitana de São Paulo. Pesquisa do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), com 1.800 empresas de 21 setores revela que, em abril, o emprego cresceu 0,47% sobre março. De janeiro a abril, a alta foi de 1,69%, e, no acumulado dos últimos 12 meses, de 5%. O estudo considera apenas o emprego formal no setor industrial. De 34 regiões do interior acompanhadas pelo Ciesp, 26 registraram aumento no emprego em abril na comparação com março.

Já a taxa de desemprego medida pelo Seade/Dieese foi de 17,5% (crescimento de 0,2 ponto percentual sobre março). O instituto mede o emprego e o desemprego em vários setores econômicos e consideram vagas formais e informais de 39 cidades. Ou seja, por trás da diferença nos resultados, existe a diferença nas metodologias utilizadas para analisar o mercado de trabalho.

Para os técnicos do Seade e do Dieese, o desemprego em São Paulo aumentou porque a criação de 69 mil vagas em abril, apesar de expressiva, foi insuficiente para absorver as 107 mil pessoas que procuraram trabalho. Com isso, o número de desempregados aumentou em 38 mil pessoas. - É fato que houve forte geração de postos de trabalho. Mas também houve uma busca pesada por emprego, o que pressionou a taxa de desemprego. Em abril, 107 mil ingressaram no mercado de trabalho, enquanto, no ano, esse número foi de 143 mil - diz Clemente Ganz Lucio, diretor do Dieese.