Título: O presidente e a potência
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Fonte: Jornal do Brasil, 26/05/2005, País, p. A4
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava se sentindo poderoso ontem à tarde em Seul. Num almoço oferecido por quatro entidades industriais e comerciais da Coréia do Sul, Lula defendeu sua política econômica qualificando-a de ''sólida'' e que geraria um ''crescimento sustentável e duradouro''. Tudo isso com o objetivo final de tornar o Brasil ''a potência do século 21''.
O mesmo discurso foi repetido no seu encontro com parte dos 300 brasileiros radicados na Coréia, que o encontraram no hotel Lotte, onde estava hospedado.
- Todo mundo sabe que o Brasil tomou uma decisão de se transformar em uma grande nação. O Brasil está cansado de ser chamado de país em desenvolvimento. Nós tomamos a decisão de fazer com que o País se transforme definitivamente em um país desenvolvido - declarou.
Em seguida, entre as dezenas de presentes recebidos dos brasileiros , Lula teve grande apreço por dois: um par de máscaras tradicionais da cultura coreana e um pote de ginseng
As máscaras, Lula e Marisa Letícia, sua mulher, colocaram na frente do rosto e fizeram a alegria de cinegrafistas e fotógrafos, propiciando a imagem do dia. Gaiato, o presidente se identificou com a máscara: ''Parece comigo mesmo''.
Já do ginseng, Lula deu a entender que fará melhor uso. Tido como ''poderoso afrodisíaco'', segundo o apresentador do evento, Lula armou o braço, ao recebê-lo, sinalizando a outro tipo de potência que o presente poderia lhe trazer. Lula e a esposa sorriram.
Numa reunião com parlamentares coreanos na Assembléia Nacional, que visitou ontem à tarde (madrugada no Brasil), Lula soube que um dos partidos de oposição adota um dos slogans petistas do passado: ''Sem medo de ser feliz''.
Para evitar falar com os jornalistas, o presidente tem feito brincadeiras com relação ao fuso-horário. Nos seus deslocamentos entre um compromisso e outro, sempre repete que não vai falar porque está muito cedo. ''Ainda são seis horas da manhã'', disse hoje à tarde. É que o fuso horário coreano está 12 horas à frente do brasileiro. Quando uma repórter da TV Record insistiu para que Lula falasse, a resposta foi: ''O Boris Casoy ainda está dormindo'', numa referência ao apresentador do telejornal da emissora.