Título: Prevenção do câncer de mama é deficiente
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 26/05/2005, País, p. A6

As campanhas de prevenção ao câncer de mama ainda não surtiram efeito em mais de um terço da população feminina na faixa etária acima dos 40 anos. A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Saúde 2003, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que 34,4% das brasileiras com mais de 40 anos nunca foram submetidas a um exame clínico de mamas por profissional de saúde. Segundo o Consenso para o Controle de Câncer de Mama de 2004, do Inca (Instituto Nacional do Câncer), mulheres com mais de 40 anos deveriam realizar o exame clínico das mamas uma vez ao ano.

A pedido do Ministério da Saúde, a pesquisa do IBGE incluiu pela primeira vez perguntas relacionadas a exames preventivos, como exame clínico de mama, mamografia e exame preventivo para câncer de colo de útero.

Escolaridade é fator determinante para a adoção deste programa preventivo, segundo a pesquisa. Apenas 36,8% das mulheres sem escolaridade e com mais de 24 anos haviam realizado o exame contra 90% das mulheres com 15 anos ou mais de escolaridade na mesma faixa etária.

Entre as 65,6% das mulheres com 40 anos ou mais que afirmaram já ter feito o exame, 57,4% disseram que ele foi realizado há menos de um ano. Outras 31,2% disseram ter feito o exame entre um e três anos e 11,4%, há mais de quatro anos.

As menores proporções de mulheres que já realizaram o exame foram verificadas no Maranhão, 37,4%) e em Alagoas (37,8%). Os melhores percentuais aparecem no Estado do Rio (77,6%) São Paulo (78,9%) e Distrito Federal (81,9%).

A cobertura da radiografia de mama nos últimos dois anos entre as brasileiras de 50 anos ou mais foi de 41,2%. Nesta faixa etária, 50,3% das mulheres afirmaram já ter feito o exame alguma vez na vida. Segundo o IBGE, 49,7% das mulheres de 50 anos ou mais nunca foram submetidas ao exame de mamografia.

A recomendação do Inca é que as mulheres entre 50 e 69 anos façam o exame com um intervalo máximo de dois anos. As menores proporções na realização do exame ocorreram nos Estados do Tocantins (24,8%), do Maranhão (25,7%) e da Paraíba (25,7%). As maiores proporções também ficam no Estado do Rio (61%), São Paulo (67%) e no Distrito Federal (71,6%).

Assim como no caso do exame clínico de mamas, a realização de mamografias também está relacionada ao nível de escolaridade. Apenas 24,3% das mulheres sem escolaridade com mais de 24 anos realizaram o exame, enquanto 68,1% das mulheres com 15 anos ou mais de escolaridade, na mesma faixa etária, foram submetidas ao exame alguma vez.