Título: Quase 30% têm doenças crônicas
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 26/05/2005, País, p. A6

Pesquisa do IBGE mostra que essas enfermidades aumentam na mesma proporção da elevação da renda

Problemas cardíacos, hipertensão, câncer, problemas de coluna e diabetes já fazem parte da vida de 29,9% dos brasileiros, revela a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Saúde 2003, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A proporção das chamadas doenças crônicas varia de acordo com o sexo e com a idade. O percentual de mulheres que apresentam estas doenças chega a 33,9% e o de homens, a 25,7%. São enfermidades mais freqüentes entre os idosos: o percentual de homens e mulheres com 65 anos ou mais que declararam ter ao menos uma doença crônica chega a 77,6%.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a pesquisa mostra que o número de pessoas que referiram problemas de saúde diminuiu à medida que o rendimento familiar aumentou, o que define um padrão de desigualdades sociais em saúde. A única exceção ficou por conta da declaração de número de doenças crônicas em que a incidência acompanhou a evolução da renda.

Na última edição da pesquisa referente a saúde, em 1998, a pergunta feita aos entrevistados era se eles apresentavam alguma doença crônica. Em 2003, os pesquisadores indagaram se um médico já havia diagnosticado alguma doença crônica no entrevistado. Com isso, o resultado passou a ser referenciado pela capacidade de acesso aos serviços de saúde, maior entre os mais ricos.

Entre as pessoas com renda de até um salário mínimo, 26,7% afirmaram sofrer de alguma doença crônica. Entre os de renda igual ou superior a 20 salários mínimos, o percentual subiu para 32,4%.

Restrição de atividades

O percentual de brasileiros que tiveram que interromper atividades habituais por conta de problemas de saúde nas duas semanas que antecederam a pesquisa foi de 6,9%.

As mulheres foram mais afetadas pela restrição de atividades (7,6%) do que os homens (6,1%). Apesar disso, os homens apresentaram em média mais dias de restrição (5,7 dias) do que as mulheres (5,2 dias).

A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Saúde 2003 contraria a tradicional imagem de insatisfação com os atendimentos prestados nos serviços de saúde no país. De acordo com os dados da pesquisa, 86% dos atendimentos foram avaliados nas categorias ''muito bom'' ou ''bom''.