Título: Telhado de hospital desaba e fere 17
Autor: Mariana Filgueiras
Fonte: Jornal do Brasil, 26/05/2005, Rio, p. A14

Chuva causa a queda de um reboco do setor de patologia do Antônio Pedro, em Niterói, e telha do ambulatório cai nos pacientes O desabamento do telhado do ambulatório do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) em Niterói, por volta das 8h15, deixou 17 pessoas feridas, entre pacientes, médicos e funcionários. O acidente foi causado pelas chuvas da madrugada, que provocaram a queda de um reboco da parede do quarto andar do hospital, onde funciona o setor de patologia. A telha do ambulatório foi atingida, cedendo sobre os pacientes que esperavam atendimento e servidores que passavam pelo local. O ambulatório foi interditado pela Defesa Civil e os 800 atendimentos realizados diariamente serão suspensos por uma semana.

A aposentada Alice Rosa Pinheiro, de 71 anos, teve um corte profundo no couro cabeludo e ficou internada em observação. As outras pessoas atingidas tiveram ferimentos leves e escoriações, sendo liberadas por volta das 12h.

Quando o teto caiu, o eletricista Antônio Carlos Coelho pulou sobre a mãe, Isabel Coelho, 72 anos, para protegê-la das telhas. Mesmo assim, quebrou um dedo e feriu o joelho.

- Pensei que tivessem jogado uma granada no hospital, o barulho foi muito forte - contou Antônio.

O estrondo chamou a atenção de um oftalmologista que preferiu não se identificar. Ele atendia no andar de baixo quando ouviu o barulho, e correu para socorrer as vítimas.

- Caiu concreto na cabeça das pessoas, foi um desespero, todo mundo correndo, sangrando. Eu tirei umas oito pessoas dos escombros - disse.

O diretor do HUAP, Leonardo Carap, alegou que todo prédio precisa passar por reformas estruturais, mas que as verbas disponíveis são insuficientes.

- São só 40 mil reais para reformar tudo. Estamos fazendo obras na área que abrigará o novo ambulatório, mas agora este trecho que desabou se tornou prioridade - disse o diretor. Segundo ele, os pacientes que procurarem o hospital durante a semana serão encaminhados para outras unidades da rede municipal.

O deputado estadual Paulo Pinheiro (PT), presidente da Comissão de Saúde da Alerj, foi ao hospital e mostrou-se preocupado com a interdição do ambulatório. De acordo com ele, a outra unidade que teria estrutura para dar suporte à região seria o Hospital Estadual Azevedo Lima, que também encontra-se em situação precária.

- Lá faltam profissionais e equipamentos. O Hospital Antônio Pedro é o Souza Aguiar de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Como os pacientes serão atendidos agora? - questionou o deputado.

De acordo com o subcomandante do 3º Grupamento de Bombeiros Militares de Niterói, tenente-coronel Ricardo Nunes, a interdição do setor é por tempo indeterminado.

- Ainda há risco de cair outro pedaço de reboco, o prédio está cheio de infiltrações - explicou Ricardo.