Título: Tarifas viraram receita de sucesso
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Fonte: Jornal do Brasil, 29/05/2005, Economia e Negócios, p. A17
Se os títulos do governo e o crédito são armas conhecidas dos bancos, nova aposta, bastante vistosa em seus balanços, começa a galgar participação na receita das instituições. São os ganhos com prestações de serviços, que incluem tarifas e taxas de administração de fundos de investimento e não param de crescer.
No primeiro trimestre, os quatro maiores bancos obtiveram juntos quase R$ 1 bilhão acima do registrado no mesmo período do ano passado nessas receitas. São cerca R$ 6 bilhões só com essa fonte de recursos.
- A receita vem cobrir despesas com pessoal. O que vier além disso é lucro - explica João Augusto Salles.
Além disso, segundo Luis Miguel Santacreo, analista da Austin, devido ao que se pode chamar ''efeito Banco Santos'', houve migração de recursos para os grandes bancos, o que ajuda a explicar o retorno da elevação dos spreads, que vinham caindo no fim do ano passado. Essa é a diferença entre o custo de captação do banco e por quanto ele empresta.
Segundo estimativa da consultoria Lopes Filho, os cinco maiores bancos concentraram, em dezembro do ano passado, 62% dos depósitos (R$ 352,2 bilhões).
- À medida que a competição se reduz, o spread sobe - explica Luiz Mário de Farias, que terminou um estudo no IAG/PUC-Rio sobre o setor bancário.
O spread médio subiu de um patamar de 27 pontos percentuais no fim do ano passado para 29 no mês passado. Só não aumentou mais porque nos empréstimos para pessoas físicas - nas quais o spread é tradicionalmente maior - houve uma pequena variação ascendente em relação ao fim do ano passado, porém em queda frente o início do ano passado, graças à expansão do crédito com desconto em folha.
- A concorrência cria um movimento positivo dentro do sistema - explica João Augusto Salles.