Título: Ainda falta emprego para 240 mil no DF
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Fonte: Jornal do Brasil, 01/06/2005, Brasília, p. D4

Taxa fica estável em abril, mas cai em relação ao mesmo mês do ano passado

A taxa de desemprego no Distrito Federal apresentou estabilidade, em abril, alcançando 20,2%, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego, do Dieese e Secretaria de Trabalho. O total de desempregados foi estimado em 240,1 mil pessoas, no mês passado, contra 241,3 mil, em março. Na comparação com abril de 2004, a taxa de desemprego apresentou redução de 11,8%. No Brasil, a maior taxa de desemprego é de São Paulo, com 25,7%, seguida por Recife 23,3% e pelo DF.

A População Economicamente Ativa (PEA), que inclui ocupados e desempregados, chegou a mais de 1,1 milhão, dos quais cerca de 946,8 mil estão atualmente trabalhando.

Segundo o Dieese, o resultado se deve ao crescimento de 2,4% no número de ocupados no comércio e de 7,5% em outros serviços, como comunicação e comércio e administração de valores mobiliários. O resultado positivo desses setores foi contrabalançado pela redução do emprego na indústria da transformação (2,7%) e na administração pública (0,8%). O setor de serviços permaneceu estável, segundo o Dieese.

- Todo ano tem queda na ocupação do serviço público, nesse período. Esse resultado é sazonal - afirma a supervisora do Dieese no Distrito Federal, Lilian Marques Arruda.

Perspectiva -- O secretário de Trabalho do DF, Gim Argello, mantém a perspectiva de geração de 100 mil empregos. Mas rever o prazo para a criação das novas vagas, que antes era até abril do próximo ano.

- Talvez tenhamos de esperar só até o final do ano - afirma Argello.

A proposta do secretário é trazer novos investimentos para Brasília.

- Nossa tendência é de crescimento. Por ano, circulam R$ 35 bilhões na economia do DF, devido a massa de assalariados. Com isso, estamos na tentativa de trazer novas empresas para produzirem no DF - argumenta.

Renda - Entre fevereiro e março, o rendimento médio real dos ocupados e assalariados apresentou redução de 3,8% e 1,9%, passando a valer R$ 1.231 e R$ 1.431, respectivamente. A renda dos assalariados com carteira de trabalho assinada caiu de R$ 824 para R$ 788 e o dos sem carteira de trabalho teve redução de R$ 677 para R$ 662.

- É comum as empresas substituírem quem ganha mais por quem aceita receber menos. A gente espera que com o aumento do emprego, as pessoas tenham maior poder de barganha para negociar o salário - afirma Lilian Marques Arruda.

Segundo a supervisora do Dieese, geralmente os ocupados sem carteira assinada ganham mais, uma vez que não recolhem os encargos trabalhistas.