Título: População do DF se adapta com rapidez
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Fonte: Jornal do Brasil, 01/06/2005, Brasília, p. D5

A proibição de fumar em locais fechados não é novidade no Distrito Federal. Desde que se regulamentou a Lei 9.294, de 1996, os brasilienses fumantes estão se adaptando e até diminuíram sua quantidade diária de cigarros. Já os não-fumantes sempre elogiaram a lei. Donos de restaurantes contam que no começo as pessoas acendiam os cigarros, os garçons advertiam, elas apagavam, mas faziam cara feia. Agora, nem tiram mais os cigarros do bolso ou da bolsa. O proprietário do restaurante Piantella, Marco Aurélio Costa, diz que, quando a lei passou a vigorar, chegou até a perder alguns clientes fumantes por aplicar a norma. A solução encontrada para atraí-los novamente e, ao mesmo tempo, respeitar a lei, foi reservar o bar do restaurante como área para fumantes. Marco Aurélio relata que os clientes costumavam ficar no bar fumando seus charutos ou cigarros, depois iam ao restaurante comer e retornavam à área de fumantes para tomar cafezinho e fumar.

- Os brasilienses são muito educados. Lógico que há o período de adaptação, mas com orientação logo começam a obedecer - afirma Marco Aurélio.

Alguns restaurantes preferiram não destinar uma local específico para fumantes. Segundo a gerente da espagueteria Truli, Francisca Mota, os fumantes respeitam a Lei sem reclamar.

- O local é fechado e não teria como permitir o fumo aqui dentro. Colocamos placas com o texto da lei nas paredes e, quem quer fumar, vai para fora do restaurante - diz a gerente.

O publicitário Daniel Alencar, 32 anos, é fumante e faz todas as refeições em restaurantes. Ele acha difícil cumprir a Lei, mas obedece.

- É legítimo para os não-fumantes. Não podemos obrigá-los a fumarem passivamente - diz Daniel.

A rotina dos fumantes também mudou bastante nos locais de trabalho. Antes acendiam os cigarros na sala de trabalho. Agora, têm de sair para fumar em área aberta.

Fumante há 25 anos, a funcionária pública Carolina Lima, 44 anos, considera que a obrigatoriedade de não-fumar em locais fechados a fez diminuir o número diários de cigarros.

- Eu acendia um cigarro atrás do outro enquanto trabalhava. Quando via alguém fumando, já pegava outro. Agora, que tenho de sair da sala, só fumo mesmo quando não controlo o vício. Diminui de 30 para uns 12 cigarros por dia - conta Carolina. (MM)